ficção... e realidade

(Foto: Yuri Kosyrev/TIME)

Generation Kill é uma nova série da HBO sobre a guerra do Iraque que está a dar que falar nos EUA. A ficção inspirou-se, claro está, na realidade - nesta série de artigos de Evan Wright, para a Rolling Stone... Arrepiantes. Let's look at the trailler?

leituras da semana

Oito em cada dez americanos diz que o seu país está a caminhar na direcção errada. O presidente Bush, em final de mandato, tem a taxa de aprovação mais baixa da história dos EUA (29%), conseguindo ter ainda menos simpatia do eleitorado que Richard Nixon... Com a gasolina a preços astronómicos, o mercado imobiliário em colapso e o crédito malparado a destruir os sonhos de milhões de famílias, a Economist analisa, nesta edição, as razões do descontentamento da classe média americana. Por cá também faltam os motivos para sorrir. E se já vivemos a maior crise desde a segunda Guerra Mundial, como diz o Governador do Banco de Portugal, como será daqui a seis meses ou um ano? Mais razões para ir acompanhando o que se passa do outro lado do Atlântico. Como dizia o outro, quando a América se constipa, o mundo apanha uma pneumonia...

"Ich bin ein Berliner"

Mais de 200 mil pessoas foram ontem ouvir Obama, em Berlim, e o assunto preenche as primeiras páginas de quase todos os jornais europeus (podem confirmar aqui). O britânico Guardian diz que Obama foi recebido como uma estrela de rock, o espanhol El Pais anuncia que Obama conquistou o coração da Europa, o francês Libération classifica o périplo europeu do candidato democrata como a tourné triunfal de Obama. A lembrar o impacto da visita de um outro político americano carismático, em 1963. Obama sabia-o e até brincou com o assunto: I know that I don’t look like the Americans who’ve previously spoken in this great city... Mas, como se vai provando, dia a dia, a cor da sua pele não parece ter assim tanta importância.

uma vf especial...

Capa especial (só online...) da Vanity Fair, em solidariedade com a New Yorker… Aqui se explica (mais ou menos...) o porquê desta iniciativa.

doutor Karadzic

Primeiras páginas dos jornais sérvios, noticiando a captura de Karadzic

Radovan Karadzic, um dos homens mais procurados do mundo, viveu os últimos 12 anos de forma pacata, no coração de Belgrado. Deixou crescer a barba e usava óculos. E isso aparentemente bastava para que ninguém o incomodasse. Karadzic, responsável pelo massacre de Sbrenica (mais de oito mil mortos) e pelo cerco de Sarajevo, tinha um gabinete médico na capital sérvia, onde praticava medicina alternativa, como conta o Guardian. Hoje é transferido para Haia, onde será julgado por genocídio e crimes contra a humanidade.

Obamania

Obama está de visita ao Afeganistão, partindo depois para o Iraque, Jordânia, Israel, Berlim, Paris e Londres. A internacionalização da sua campanha está a merecer grande destaque dos media norte-americanos - mais de 300 jornalistas acompanham o candidato democrata à Casa Branca, entre eles algumas as maiores estrelas dos noticiários televisivos, como Brian Williams da NBC, Charlie Gibson da ABC, e Katie Couric da CBS. Só estes três jornalistas, que apresentarão parte dos seus telejornais em directo, a partir das cidades visitadas pelo candidato, têm mais de 20 milhões de espectadores fiéis...

Na imprensa, o New York Times destaca hoje que a visita de Obama a Cabul renova o interesse pelo conflito no Afeganistão, uma guerra que, ao contrário do que sucede com a do Iraque, o senador apoia, prometendo o seu empenho no reforço das tropas destacadas, caso seja eleito.

O influente site Politico, com sede em Washington, nota que esta viagem permitirá ao candidato reforçar a sua identidade americana e mostrar à América que o mundo, nomeadamente a Europa, já o escolheu como «o melhor candidato».

A loucura mediática em torno da viagem do democrata merece também o destaque do El Pais, em Obama enamora al mundo. O diário espanhol analisa ainda o significado deste tipo de visitas: «Cada día quedan menos dudas de que la influencia de Estados Unidos es planetaria. La última prueba es que los candidatos presidenciales norteamericanos hacen campaña en Jerusalén, Bogotá o Berlín como si estuvieran en Detroit, Denver o Kansas City.»

Geração i

A história já foi publicada há duas semanas mas o tema promete manter-se actual por muitos anos... A revista de domingo do El Pais publicou este excelente artigo sobre a «Geração i», ou seja, sobre os jovens imigrantes que estão a transformar o país vizinho - e não apenas para pior, como quase sempre é sentenciado pelas manchetes dos jornais. Espanha é já o segundo país do mundo com mais imigrantes, logo a seguir aos Estados Unidos, e um em cada seis jovens não tem ascendência espanhola. São eles os actores principais da transição multicultural de Espanha - e da Europa, já que é pela costa sul do país que milhares de imigrantes entram, todos os anos, buscando uma vida melhor.

It's Time For Some Campaignin'

Um olhar diferente (e muito divertido!) sobre as eleições norte-americanas...

piada... de mau gosto?

Esta capa da New Yorker está a dar que falar... A ilustração de Barry Blitt, intitulada «Politics of Fear» tenta demonstrar, segundo o autor, o rídiculo das campanhas que tentam incutir o medo na sociedade norte-americana, inventando relações entre o candidato democrata Barack Hussein Obama e a fé islâmica (ou pior, com terroristas islâmicos). Acontece que essas mentiras são aceites como factos por muitos americanos, como demonstra uma sondagem da Newsweek, divulgada esta semana - 26% dos eleitores acredita que Obama foi educado na fé islâmica e 39% dizem que ele frequentou uma madrassa, na Indonésia (o que, registe-se, é absolutamente falso.)

O porta-voz de Obama já considerou a capa, onde até uma bandeira americana arde na lareira da sala oval, «de mau gosto e ofensiva». E vários analistas políticos atacaram a revista, dizendo que a maioria do público não entenderá a mensagem e que a ilustração deveria ter sido acompanhada por uma legenda de enquadramento.

David Remnick, director da New Yorker, discorda: «Os nossos leitores são suficientemente inteligentes para perceberem a piada.» E ironiza: «Uma legenda a dizer o quê? 'A New Yorker gostaria de informar os seus leitores que é suposto esta ilustração ter graça. Não pensamos verdadeiramente que Obama é um terrorista e gostamos do cabelo de Michelle tal como é. Para o caso de alguém pensar que não somos patriotas, recordamos que a bandeira americana deve ser sempre mantida longe do fogo'».

Lisboa, made in New York Times

Storytailors, no Bairro Alto (Foto de Ed Alcock/The New York Times)

«Lisboa renasceu», anuncia o New York Times na sua edição de hoje, na secção de Viagens. Um roteiro cultural curioso: pelo Bairro Alto, pela Fábrica de Braço de Prata, pelas galerias dos novos artistas, pelo museu Berardo. E o enquadramento da «movida» lisboeta, feito pelo jornalista Seth Sherwood, que vive em Paris, é imperdível... É sempre refrescante ver como os outros nos olham, não acham?

Obama rocks!

É a estrela do momento e a Rolling Stone também não lhe resistiu... Surpreendentemente, esta é a entrevista mais interessante que li, nos últimos meses, ao candidato democrata à Casa Branca. E como não podia deixar de ser, Obama também falou de música, revelando a selecção que tem no seu ipod...

finalmente livre!

Depois de 3 223 dias de cativeiro, Ingrid Betancourt foi hoje libertada pelo exército colombiano. Ao todo, foram resgatados 15 reféns das FARC, entre eles o luso-americano Marc Gonçalves, que estava desaparecido desde 13 de Fevereiro de 2003. O El Pais conta detalhadamente como decorreu esta operação de resgate, realizada por militares inflitrados na guerrilha colombiana. Como contou Ingrid à chegada a Bogotá, os reféns julgavam estar a ser deslocados para outro esconderijo na selva, como tantas vezes acontecia. Só quando o helicóptero levantou voo é que os militares revelaram o que se passava: 'Somos el Ejército nacional, están en libertad'.