quinta-feira, 27 de novembro de 2008

anúncios «censurados»

A Time conversou com Fred Davis, o mago da publicidade que McCain contratou para conceber os seus anúncios na campanha presidencial americana, e revela muitas das ideias que nunca foram usadas - sobretudo as que tentavam denegrir a imagem de Obama e que, ao que parece, McCain não aprovou.
Foi Davis que decidiu gozar com a aproximação de Obama às celebridades, comparando-o a Paris Hilton num anúncio polémico que, como se verificou, nada de bom trouxe a McCain. Planearam também atacar a relação do democrata com Oprah mas recuaram (a tempo..). Davis reconhece que seria um tiro no pé: «Ninguém pode, nos EUA, atacar o Pai Natal ou a Oprah».
O anúncio preferido do publicitário, e que nunca foi emitido, focava-se no tema do carácter:
'Long before the world knew of John McCain or Barack Obama, one of them spent five years in a hellhole because he refused early release to honor his fellow prisoners, while the other one wouldn't walk out of a church after 20 years of the guy spewing hatred towards America.'

O anúncio terminava com a assinatura:

'Character matters... especially when no one is listening.'

domingo, 23 de novembro de 2008

quem vê têvê...

O mundo dos media está em revolução, já sabemos. Para onde vamos, ninguém sabe. Apenas que está tudo a mudar muito, muito depressa. Fala-se muito da imprensa (é impressionante como parecem querer fazer-lhe o funeral o quanto antes...) mas e a televisão, senhores? Dei por mim a ler este número especial da revista de domingo do New York Times e a pensar que sim, esta sim, é uma revolução bem-vinda. Já não se aguenta a nossa televisão generalista, com concursos idiotas antes das notícias, telejornais que se arrastam por hora e meia (!) e telenovelas atrás de telenovelas até soarem as doze badaladas. Certo? Certo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Clinton com Obama

Alerta do New York Times: Hillary Clinton aceitou o convite para ser a próxima Secretária de Estado norte-americana. Os últimos entraves, que estariam relacionados com os rendimentos do seu marido, o ex-Presidente Bill Clinton, foram ultrapassados. O «dream-ticket» que tantos democratas desejavam para a Casa Branca acabou, afinal, por escrever-se por linhas tortas...

Helena Almeida, destaque no El Pais

O El Pais publica hoje um artigo sobre a exposição antológica da obra da fotógrafa portuguesa Helena Almeida, a maior alguma vez realizada em Espanha. Tela rosa para vestir, em exibição nas salas da Fundação Telefónica, em Madrid, merece uma boa crítica. O estilo da autora é descrito como «pura poesia».

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Como o Afeganistão continua insane. Brutal. E como Robert Fisk nos obriga a ler mais sobre o assunto...

(Samshia, em Kandahar. Ia a caminho da escola quando talibans
lhe atiraram ácido para a cara - porque não estava coberta)

Um jornalista ocidental no Afeganistão é, por estes dias, tal como no Iraque ou na Faixa de Gaza, uma visão rara... Os directores de jornais acham que já ninguém tem paciência para ler sobre estes conflitos que se eternizam, sem solução à vista. Ainda por cima, trabalhar nestes países é escandalosamente caro e demasiado perigoso.

Felizmente, ainda há excepções. Como o jornal britânico The Independent, que mantém Robert Fisk como correspondente no Médio Oriente há mais de 30 anos e o reenviou para o Afeganistão, 5 anos depois da sua última série de reportagens no território. Hoje, publica um artigo arrepiante, depois de ter visitado o hospital de Kandahar.

Apetece fugir a cada linha, de tanto que dói ler as histórias daqueles homens e mulheres. Como a de Samshia, uma das 13 meninas que ontem foi atacada a caminho da escola. Um grupo de talibans atirou-lhes ácido para a cara, por não estarem cobertas. Ou a da jovem mulher que perdeu um pé num bombardeamento aéreo americano. Estava num casamento e apresenta-se como «uma rapariga de sorte»: os outros 36 convidados morreram.

Escusado será dizer que nesta terra, onde sobra tanto ódio, falta tudo o resto: comida, medicamentos, assistência médica.

No final, Fisk lança a pergunta: saberá Obama o que se passa realmente no Afeganistão? Ele duvida. «Se soubesse, não enviaria para cá mais 7 000 soldados, mas sim 7 000 médicos.»

P.S. Acaba de ser lançado em Portugal o último livro de Robert Fisk, A Grande Guerra pela Civilização - A Conquista do Médio Oriente (Edições 70, 44€). Os quatro primeiros capítulos do livro podem ser lidos aqui.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

«E se Obama fosse africano?»

Talvez já tenham lido este texto do escritor Mia Couto. Tem circulado por e-mail, como sempre acontece com as coisas boas que descobrimos e sentimos que temos de partilhar. Foi publicado no jornal moçambicano Savana, a 14 de Novembro. Bem hajam.
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«Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de “nosso irmão”. E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: ” E se Obama fosse camaronês?”. As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente “descobriram” que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado ‘ilegalmente”. Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um “não autêntico africano”. O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos “outros”, dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso “irmão” teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada “pureza africana”. Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos.
Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política.
Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.»

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

um ano nos bastidores

Mantendo a tradição iniciada em 1984, a Newsweek acaba de publicar o seu «livro de segredos» das eleições presidenciais. Durante um ano, uma equipa de jornalistas da revista teve acesso especial e (quase) ilimitado aos candidatos, garantindo aos partidos que nada do que vissem ou ouvissem seria publicado antes do dia das eleições. Os sete capítulos desta reportagem especial estão disponíveis online, acompanhados por vídeos em que os jornalistas contam várias histórias dos bastidores. Um documento histórico.

domingo, 16 de novembro de 2008

histórias do outro mundo

(Foto: João Pina/El Pais)

Daniela Cott tem 16 anos. Cresceu num bairro pobre dos arredores de Buenos Aires e sobrevivia revolvendo o lixo, em busca de garrafas, latas ou pedaços de cartão. No ano passado, uma designer argentina reparou nela, enquanto revolvia um contentor. Achou-a alta, esguia, bonita. Num abrir e fechar de olhos, estava inscrita no concurso Elite Model Look. Ganhou.
Uma história incrível para ler na revista de domingo do El Pais, com um motivo extra para nos deslumbramos (e orgulharmos): as fotografias do «nosso» João Pina.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Agora

É um prazer que, infelizmente, só está acessível de dois em dois meses. Mas tal como recomenda o artigo de capa desta edição da Psychology Today, vou deixar-me de lamúrias e aproveitar este momento, o agora, em que posso ler os seus artigos. É extraordinária a forma como a redacção da Psy consegue falar dos temas mais sérios, numa área tão dada a depressões como pode ser a psicologia, de uma forma bem-humorada. Acabo sempre de ler esta revista com um sorriso nos lábios, determinada a mudar a minha vida (ainda que não passe de uma ilusão...).
Gosto especialmente do início do texto, quando no meio do deserto do Nevada, durante um festival de música (Burning Man), um tipo depara com uma cabine telefónica que anuncia «Talk to God». Ele pega no telefone, claro. E pergunta a Deus (ou a quem quer que seja que responde do outro lado) como acalmar a torrente de preocupações que assaltam constantemente os seus pensamentos e aproveitar mais cada momento da sua vida. «Just breathe». Às vezes, é mesmo o que basta. Mas há mais para ler neste artigo, uma profunda inspiração...

sábado, 8 de novembro de 2008

«O êxito condenou-me à morte»

Roberto Saviano, fotografado ontem, em Sevilha (Foto: JORDI SOCÍAS/El Pais)

Já aqui tinha falado de Roberto Saviano, o jornalista italiano que escreveu um livro-reportagem sobre a máfia napolitana, depois adaptado ao cinema com enorme sucesso (o filme Gomorra ainda está em exibição no cinema Nimas, em Lisboa). A máfia prometeu matá-lo e Saviano vive agora em local incerto, sempre vigiado de perto por quatro polícias especiais que o governo italiano destacou para o proteger. Tem 29 anos e «toda a tristeza do mundo no seu olhar», como escreve hoje o El Pais, que o entrevistou em Sevilha. Apesar das ameaças, fez questão de ir a Espanha promover o «seu» filme. E continua a trabalhar, apesar da paranóia securitária que amordaça todos os momentos da sua vida: «Escrever é resistir».

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

leitura da semana

«Some princes are born in palaces. Some are born in mangers. But a few are born in the imagination, out of scraps of history and hope. Barack Obama never talks about how people see him: I'm not the one making history, he said every chance he got. You are. Yet as he looked out Tuesday night through the bulletproof glass, in a park named for a Civil War general, he had to see the truth on people's faces. We are the ones we've been waiting for, he liked to say, but people were waiting for him, waiting for someone to finish what a King began.»
Mais um extraordinário texto de Nancy Gibbs, na Time, quando já tudo parecia ter sido escrito...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama, o nosso próximo Presidente, destaca em manchete o Chicago Tribune, numa edição especial para guardar. No interior, um divertido artigo sobre a primeira medida do novo inquilino da Casa Branca: cumprir a promessa de comprar um cão às filhas Sasha e Malia.
Obama faz história, titula o Washington Post.
Caiu a última barreira racial, diz o New York Times.

o discurso da vitória

Já ganhou!

As televisões estão cautelosas - até porque precisam de esticar as audiências... Mas mesmo com vários estados «too close to call», não há volta a dar. It's over. Obama será o próximo Presidente dos EUA.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

guia para a noite eleitoral

Muitos portugueses preparam-se para uma noite longa, em frente à televisão ou ao ecrã do seu computador (ou dos dois, ao mesmo tempo). Eis as 5 informações a que vale a pena estar atento (para mais «dicas» para navegar nesta torrente de informação, vejam o guia eleitoral do New York Times):

1. São precisos 270 votos eleitorais para ser eleito. As percentagens nacionais não têm muita importância (Se bem se recordam, Gore teve mais votos que Bush mas perdeu, ainda assim)

2. Às 23h, hora de Lisboa, fecham as urnas no Indiana e Kentucky. Se Obama ganhar no Indiana, um estado tradicionalmente republicano mas empatado nas últimas sondagens, será um sinal positivo para o democrata.

3. Virginia, Virginia, Virginia. Meia-noite. Se Obama ganhar aqui, é quase seguro que será o próximo Presidente. À mesma hora, os resultados do New Hampshire, que devem favorecer McCain. Se assim não for... já perceberam.

4. Também à meia-noite, olhem para a Florida, destinada a ser o centro das atenções em todas as corridas presidenciais. De tendência republicana, se McCain perder os votos deste estado, o 4º mais importante do país, é quase seguro que podemos todos ir dormir.

5. Segue-se a Carolina do Norte e o Ohio. 1h da manhã. A esta hora todas as televisões norte-americanas prevêm avançar o nome do próximo Presidente, com base em sondagens nacionais à boca das urnas (apesar das últimas só fecharem às 4h da manhã). Podem ir acompanhando aqui todas as sondagens em tempo real.

momento musical

Hoje a objectividade fica na gaveta. Tenho ao peito um pin azul, onde se lê «Yes, we can». Comprei-o em Washington, quando a corrida deste homem ainda não passava de um sonho. Today is the day. E é com essa certeza (e essa alegria) que vou passar o dia a trautear esta canção.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

momento multimédia

Muito se fala de multimédia nas redacções deste país. Mas estamos na idade da pedra, é o que vos digo. Ora vejam lá este balanço de campanha do New York Times.

One Day to Change the World

contagem decrescente III

Já se escreveu tanto sobre as eleições americanas que a missão de publicar alguma coisa original e interessante sobre os candidatos parece quase impossível... Mas a edição especial do New York Times sobre as Eleições de 2008 surpreende e oferece a mais-valia de encontrar num só local muita informação interessante sobre o percurso e as ideias de cada um (e dos seus vices também). Vale sobretudo a pena ler os textos principais sobre Obama (Forever Sizing Up) e McCain (Flexible Aggression), que remetem depois para os artigos mais significativos já publicados noutras edições do jornal.

domingo, 2 de novembro de 2008

contagem decrescente II












Depois de 109 caucus e eleições primárias, 47 debates e 5 mil milhões de dólares gastos ao longo de 933 dias de campanha, a maratona para a eleição do novo Presidente dos EUA está prestes a chegar ao fim. As sondagens continuam a dar vantagem a Obama (hoje com uma média de 6,3%) mas os milhões de voluntários democratas que se empenharam nesta eleição histórica estão longe de querer cantar vitória, como se percebe neste artigo do New York Times.
Nalguns Estados a diferença entre os candidatos é tão pequena que, de facto, ainda tudo pode acontecer. São este swing states que mais preocupam os candidatos e fascinam os jornalistas, a dois dias das eleições.

sábado, 1 de novembro de 2008

contagem decrescente

«Eles apenas aparentam pertencer à nossa galáxia. Na verdade, o homem que será Presidente tem vivido, nos últimos meses, num universo paralelo, um local onde o líder executivo muda as leis com um aceno e reorganiza a sociedade com um único rabisco.» Esse é o mundo das promessas eleitorais. Mas o que mudará mesmo nos EUA (e no mundo) quando um destes homens ocupar a Sala Oval da Casa Branca? É o que antecipa a Time, na última edição antes das eleições de 4 de Novembro.
Vale também a pena espreitar uma das raras entrevistas de David Axelrod, o estratega da campanha de Obama e «pai» do slogan Yes, we can. A sua única preocupação, diz, é a abstenção. Se as pessoas forem votar massivamente, ele acredita que o democrata terá a vitória assegurada. De qualquer forma, está a escrever dois discursos para Obama ler na noite de 4 de Novembro... «Terão sempre um espírito positivo, independentemente dos resultados», revela. Porque mesmo no pior dos cenários (a vitória de McCain), haverá muito que celebrar. Esta foi uma corrida histórica e a «Obamania» deixará sempre marcas - e sementes. Mas, como indica o seu sorriso nestes últimos dias (ele, que surgia sempre sisudo em público), Axelrod está seguro de que, na próxima terça-feira, terá razões para festejar em grande.