sábado, 28 de fevereiro de 2009

E dura, dura...


O que celebra Mugabe?, pergunta o jornal El Mundo. O presidente do Zimbabué festeja hoje os seus 85 anos e gastou mais de 250 mil dólares na festa... quando, segundo a ONU, sete milhões de pessoas naquele país estão a morrer à fome.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

lipstick revolution

(Foto: Reuters)
Há uma revolução em curso no Irão, liderada pelas mulheres mais jovens. Basta andar nas ruas de Teerão para perceber. Lentamente, elas foram trocando os conservadores hijabs por lenços coloridos, passaram a usar mais maquilhagem, a vestir roupas mais fashion. Sem medos. Ainda é longo o caminho para que conquistem mais direitos no Irão dos mullahs, onde o uso de baton vermelho ainda é considerado uma ofensa ao sangue dos mártires.
Mas, passo a passo, estas mulheres vão fazendo a diferença, 30 anos depois da revolução islâmica. Como diz Katayoon Shahabi, uma realizadora de cinema iraniana entrevistada esta semana pelo Independent na reportagem Lipstick Revolution, «as coisas estão em movimento, como a água de um rio. E os rios, como se sabe, são imparáveis».

Obrigada!

O Blogkiosk foi escolhido como «Blog da Semana» pelos «vizinhos» do Delito de Opinião. Muito obrigada!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Obama, linha a linha


«Vivemos numa era em que os ganhos de curto prazo foram preferidos à prosperidade a longo termo, em que não conseguimos olhar além do próximo salário, do próximo trimestre ou da próxima eleição. (...) Os debates críticos e as decisões difíceis foram sendo adiados para melhores dias. Mas agora chegou o dia do ajuste de contas. Chegou o tempo de voltarmos a tomar as rédeas do nosso futuro»

Versão integral do discurso de Obama no Congresso, com comentários dos repórteres do New York Times, e uma análise das principais ideias do Presidente americano no Politico: What Obama really meant...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

de crise em crise

Depois da banca, a crise da indústria. Todos os dias chegam notícias de novas falências, despedimentos em massa, gigantes transformados em formiguinhas. O que podem (e devem) os governos fazer?
Algumas respostas na Economist desta semana.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Foi bonita a festa, pá!


A cerimónia dos Óscares foi uma das mais bem conseguidas dos últimos anos, é verdade. Embora tenha saudades de castings arriscados, como aconteceu com John Stewart, concedo que Hugh Jackman condiz mais com o cenário... Mas estranhei algumas coisas:

1. Porque não entregaram o Óscar honorário? Será que ninguém merecia? A estutueta entregue a Jerry Lewis não conta, foi justificada com o seu trabalho humanitário junto das crianças com distrofia muscular.

2. Porque que raio só nomearam três músicas para melhor canção original (e duas do mesmo autor/compositor)? Costumam ser cinco... O resto era uma merda?

3. O mesmo é válido para outras categorias, como a de melhor filme de animação... Teriam medo que Wall-E não tivesse votos suficientes?


Enfim... No day after, vale a pena ler o especial do El Pais, onde se destaca, obviamente, a vitória de Penélope Cruz, ver o artigo multimédia do New York Times sobre Slumdog Millionaire, o grande vencedor da noite (YES!), rir com as frases mais loucas da noite, escolhidas pela People, e descobrir tudo, absolutamente tudo o que se possa imaginar sobre esta noite de festa, no Envelope do Los Angeles Times.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

o momento de kate


Kate Winslet é, segundo a Time, a melhor actriz mundial do momento. O Óscar pode voltar a escapar-lhe (é a sua 6ª nomeação...) mas este «prémio» de consolação já ninguém lho tira:
At 33, Winslet has become not only the finest actress of her generation but in many ways also the perfect actress for this moment. (...) She's intense without being humorless. She's ambitious but cheerfully self-deflating, capable of glamour but also expressive of a kind of jolting common sense. She has a strong professional ethic, which she somehow balances with her domestic life. (...) And, cementing her status as an icon of the Era of New Seriousness, she really likes hard work. Assuming she's paid her taxes, are there still any openings in the Cabinet?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

por alison



Alison Des Forges (1943-2009)
«governments hesitate to call the horror by its name»

Era uma das passageiras do avião da Continental que se despenhou perto de Buffalo, EUA, na passada quinta-feira. Era uma activista pelos Direitos Humanos, trabalhava há mais de 20 anos na organização Human Rights Watch.
Foi ela que denunciou ao mundo o genocídio do Ruanda, que pediu vezes sem conta aos líderes mundiais «que chamassem o horror pelo seu nome» quando já tinham sido mortas mais de 200 mil pessoas. Viriam a morrer 500 mil antes que a sua voz fosse ouvida.
O seu livro “Leave None to Tell the Story: Genocide in Rwanda” documenta muitas dessas mortes e o seu trabalho de recolha foi crucial para a sustentação das acusações promovidas pelo Tribunal Pena Internacional. Documenta também o falhanço da comunidade internacional, incapaz de se unir - e de agir - para evitar uma tragédia de tamanhas proporções.
Alison regressava a casa, na passada quinta-feira. Voltava de mais uma série de reuniões (inconsequentes?) com os poderosos deste mundo. Estava preocupada com a situação no Congo...
A sua memória é honrada pelo New York Times e pela New Yorker, que já em 1995 destacava a importância do seu trabalho nesta reportagem: Letter from Ruanda, after the genocide.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

porque é dia dos namorados...

Há mais de um ano que nada pode ser exportado da Faixa de Gaza. Mas esta semana Israel permitiu pela primeira vez a satisfação de uma encomenda da Holanda: são cravos, senhores, para responder à procura destas flores na Europa, no dia dos namorados. Imagino a felicidade dos agricultores palestinianos - e lamento não lhes poder contar a história de uma revolução de cravos que um dia mudou o destino de um povo. Lamento não lhes poder falar de liberdade.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

World Press Photo

Esta é a fotografia vencedora do World Press Photo 2008, da autoria de Anthony Suau (para a revista Time). Retrata, na opinião do júri, a nova realidade mundial, numa época de profunda crise económica. Na sequência de uma acção de despejo, por falta de pagamento da hipoteca, um polícia entra na casa, em Cleveland, Ohio, assegurando que nenhum elemento da família permenece no seu interior.
Uma galeria com todas as fotografias premiadas pode ser vista aqui.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A «não-vida» de Saviano

Roberto Saviano, fotografado por João Carvalho Pina

Já aqui falei várias vezes de Roberto Saviano, o ex-jornalista e autor do livro-reportagem Gomorra, depois adaptado ao cinema com enorme sucesso, sobre a actuação da máfia napolitana.
Saviano tem agora uma «não-vida», como explica o jornalista Miguel Mora, do El Pais, nesta revista de domingo. Mora acompanhou o escritor, sempre escoltado por cinco seguranças, no seu regresso a Nápoles. Um texto intimista e imperdível, complementado na perfeição pelas imagens do fotógrafo português João Carvalho Pina.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

em busca da salvação

Esta é a capa da edição americana da Time desta semana (a versão europeia fala da crise económica, em geral...). Nos EUA, o debate sobre o futuro da imprensa está aceso e nós só ganharíamos em acompanhar o passo. Neste artigo, Walter Isaacson aponta as razões pelas quais o modelo económico em que se construíram as empresas jornalísticas já não é rentável e explica porque é urgente descobrir um novo modelo, sobretudo para online. Diferente do que temos hoje, claro. Será insustentável fazer jornalismo de qualidade se ninguém o pagar...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Irão, os filhos da revolução


Trinta anos depois da revolução iraniana, o El País publica hoje uma reportagem surpreendente sobre os jovens de Teerão - uma geração que sonha, sobretudo, com mais liberdade.