Continuam a dar que falar as mais de três mil fotografias de Robert Capa descobertas há três anos - os 127 rolos guardados na chamada «Mala Mexicana», entregues ao Centro Internacional de Fotografia de Nova Iorque (que agora começou a expô-las ao público). Hoje o tema volta a ser tratado no El País, em La guerra escondida en la maleta.
Estas imagens, quase todas da Guerra Civil espanhola, tinham sido entregues por Capa ao seu amigo Imre Weisz, em Paris, em 1939 ou 1940, quando abandonou a Europa, esperando que, assim, os rolos fossem salvos. Mas Weisz foi preso, pouco depois, e enviado para um campo de detenção na Argélia. Robert Capa morreu julgando que o seu trabalho tinha sido destruído durante a invasão nazi.
Inexplicavelmente, os negativos foram resgatados pelo general Aguilar González, diplomata em Marselha, que os levou para o México. Talvez o militar nem soubesse verdadeiramente o que tinha em mãos pois até à data da sua morte, em 1967, nunca revelou possuir esse «tesouro». Só em 1995 começaram a surgir rumores da sobrevivência das três maletas de Capa, onde se incluíam também negativos do trabalho de Gerda Taro (talvez a primeira mulher fotógrafa de guerra) e de David Seymour (Chim), com quem Capa viria a fundar a agência Magnum.
Um descendente do general, realizador de cinema, descobriu as malas e contactou diversas instituições internacionais, tentando que o seu conteúdo tivesse o melhor destino. Só depois de 12 anos de longas negociações, o património foi entregue à instituição nova-iorquina, fundada por Cornell Capa, irmão de Robert. E a todos nós.