terça-feira, 31 de julho de 2012
sábado, 28 de julho de 2012
Que comecem os Jogos!
Que comecem os Jogos!
(...lendo também a edição especial da Time, com artigos tão interessantes como os que nos revelam os treinos da primeira mulher boxeur afegã ou os dilemas da equipa de luta livre tchechena).
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Leitura da semana
MarieColvin’s Private War, um extraordinário perfil da jornalista morta na Síria em
fevereiro, publicado na Vanity Fair. Esta mulher dura, que usava uma pala no
olho mas soutiens La Perla por baixo do colete à prova de bala, era uma lenda
entre repórteres de guerra de todo o mundo.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Vrum vrum...
Adoro esta revista sueca, que revolucionou a forma de
retratar o mundo automóvel. Na Carl's Cars, mais do que falar de pistons de
injecção electrónica, desvendam-se emoções. O design da revista, já distinguido
com a medalha de Ouro da Society of Publication Designers (Nova Iorque) e o
lápis amarelo dos D&AD Awards (Londres), «suaviza um universo que, de
alguma forma, é árido e impessoal», como me disse o director Karl Eirik Haug,
quando conversei com ele, em 2009. A criatividade da designer Stéphanie Dumont
criou um mundo paralelo ao vendido pela indústria e replicado nas outras
revistas do sector. Um mundo onde, como diz Karl, «os carros voltaram a ser
cool».
A ironia das reportagens também ajuda, claro. O artista Jeff
Koons, por exemplo, foi desafiado para uma entrevista, enquanto o jornalista o
arrastava, à boleia, pelo país. O estilista Olivier Theysken aceitou conversar
(e sujar-se) numa sucata. E os completos desconhecidos também têm direito a
páginas de atenção: não será estranho encontrar um artigo sobre um tipo que tem
30 mil jantes a decorar o jardim.
A ideia da revista surgiu à mesa de um café, em Oslo, em
2001. Karl, que se assume como «um doido por carros, que passava a vida a
tentar explicar o quão interessante pode ser um Zastava» (marca sérvia),
encontrou em Stéphanie a companheira perfeita para desenhar as páginas onde
caberia todo o seu entusiasmo.
Hoje, a Carl's Cars continua a enfeitiçar todos os que a
descobrem. Procurem-na numa banca internacional porque online não há nada para
ninguém...
sexta-feira, 6 de julho de 2012
FLIP: A poesia está na rua
Texto publicado no Portal Literal, Brasil:
Diário da Flip: a poesia está na rua
O escritor e editor português Hugo Gonçalves passeia por Paraty acompanhado das palavras de Veríssimo, que abriu oficialmente a 10a edição da FLIP.
É um lugar-comum muitas vezes repetido, mas é também uma evidência imediata para quem chega: Paraty é especial. Seja a brancura das fachadas imaculadas, seja a memória do tráfico negreiro, seja o esplendor azul do mar e verde do mato, sejam as ruas com pedras pé-de-moleque por onde circulam carroças com um vagar de antigamente – uma tranquilidade que desacelera o mundo e quem aqui chega. Paraty é um lugar ideal para se ler um livro. E para se escrever um livro.
É nisso que penso ao entrar no centro histórico da cidade, imaginando que, entre todas as pessoas que caminham pelas ruas ao entardecer, haverá já dezenas de escritores, enquanto outros estarão nos seus quartos de pousada, talvez escrevendo a página de um romance, talvez suspendendo a lâmina durante o barbear porque um poema assomou de repente no coração e partiu para o cérebro como uma bala perdida, talvez admirando os beija-flores que vão beber água aos jardins das pensões coloniais.
É uma visão romântica, esta de imaginar dezenas, se não centenas, de escritores numa cidade antiga e encostada no mar, todos eles inspirados e laboriosamente criando mais histórias, mais personagens, mais livros. Mas o que seria da literatura (e dos escritores) sem o romantismo?
Sem receio de parecer demasiado lírico, entrei na cidade onde até os cardápios dos restaurantes adaptaram a poesia de Carlos Drummond de Andrade, este ano homenageado na FLIP. As palavras do poeta, que faria 110 anos, andavam por toda a cidade, surgiam até projetadas na parede da igreja, na Praça da Matriz, fazendo-me lembrar dos tempos de inusitado otimismo lusitano, pós-revolução dos cravos, quando em Portugal se dizia e escrevia nas paredes: “a poesia está na rua”.
Sou suspeito: o meu ofício de escritor e editor providencia diariamente lenha para o lume do romantismo literário, fazendo-me acreditar que, tal como as notícias sobre a morte de Mark Twain, também as sentenças sobre a morte do livro são exageradas. E não falo apenas das tais dezenas de escritores recarregando a imaginação, nestes dias em Paraty, para depois irem rapidamente fechar-se no casulo de criação em Barcelona, no Rio de Janeiro ou em Manhattan. Não falo dos editores, agentes, livreiros, organizadores, moderadores e todos aqueles que, de uma forma bem pragmática (mas também romântica, espero), acreditam na sobrevivência do livro e continuam a produzi-lo, a divulgá-lo e a amá-lo.
É forte, a palavra amor. Mas sem contundência não há romantismo literário. E sem amor resta-nos apenas a burocracia. Não estou sozinho e muitos outros padecem do mesmo: não só os milhares que ouviram e aplaudiram e se riram com as palavras de Luis Fernando Veríssimo, na sessão inaugural da FLIP, como o próprio escritor, que declarou: “Aqui se celebra a permanência do livro.” E com a certeza das palavras de Veríssimo senti-me ainda mais entusiasta, lembrando-me de Javier Cercas, autor espanhol também presente na FLIP e que, num entrevista recente, quando questionado sobre o que pensava sobre o futuro do livro, respondeu: “Penso que é enorme.”
Depois da sessão de abertura, fortalecido pelas palavras de Veríssimo e de Cercas, voltei a passear pela ruas e a imaginar escritores e mais escritores trocando ideias para contos enquanto bebericavam cachaça de Paraty; ou autores imaginando trilogias fantásticas enquanto ouviam Caetano tocado por uma banda de rua; ou poetas ainda por revelar escrevendo em caderninhos o primeiro verso de um poema inventado à passagem de uma índia junto ao cais.
Por estes dias, milhares de leitores cruzam as ruas de Paraty, esgotam os ingressos da FLIP, escutam autores, leem seus livros, reduzem a velocidade, saciam o amor pela literatura sem pudor ou parcimónia.
Drummond escreveu: “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos.”
Tenho a certeza que o poeta, além das pessoas, também se referia aos livros.
Hugo Gonçalves é autor de Fado, samba e beijos com língua (2011), entre outros títulos.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Leitura da semana
Imperdível, este After America, de Dexter Filkins, na New Yorker:
(...)
Nasir celebrated the American invasion in 2001, and, in the decade that followed, he prospered, and fathered six children. But now, with the United States planning its withdrawal by the end of 2014, Nasir blames the Americans for a string of catastrophic errors. “The Americans have failed to build a single sustainable institution here,” he said. “All they have done is make a small group of people very rich. And now they are getting ready to go.”
These days, Nasir said, the nineties are very much on his mind. The announced departure of American and NATO combat troops has convinced him and his friends that the civil war, suspended but never settled, is on the verge of resuming. “Everyone is preparing,” he said. “It will be bloodier and longer than before, street to street. This time, everyone has more guns, more to lose. It will be the same groups, the same commanders.”
(...)
A few weeks ago, Nasir returned to Deh Afghanan. The Taliban were back, practically ignored by U.S. forces in the area. “The Americans have a big base there, and they never go out,” he said. “And, only four kilometres from the front gate, the Taliban control everything. You can see them carrying their weapons.” On a drive to Jalrez, a town a little farther west, Nasir was stopped at ten Taliban checkpoints. “How can you expect me to be optimistic?” he said. “Everyone is getting ready for 2014.”
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