domingo, 19 de julho de 2020

"Full picture"


10 anos. Foi esse o tempo que os jornalistas do New York Times dedicaram a esta história, acompanhando a vida de Brian Eisch (e dos seus dois filhos menores) desde o momento em que o militar foi destacado para o Afeganistão, em 2010, até aos dias de hoje. 

Raramente temos acesso à "full picture", como aqui nos é apresentada a vida desta família americana, para sempre marcada pela guerra.

Este trabalho deu também origem a um documentário, "Father, Soldier, Son", já disponível na Netflix.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

o concreto e o simbólico


Da série #grandescapas
As notícias exigem factos, vivem de realidades concretas. Mas por vezes nada tem mais força – ou é mais claro – do que o simbólico. Em tempos de incerteza, a revista do Telegraph publica na capa um original de David Hockney, que aos 82 anos ainda nos leva a sonhar novas auroras.




sábado, 9 de maio de 2020

O mundo com outras cores

Enfermeiras transportam um doente com Gripe Espanhola, em Washington, 1918 | © Universal History Archive/UIG via Getty Images

Fabuloso este trabalho da brasileira Marina Amaral, como que soprando uma nova vida nas fotografias arquivadas na nossa memória histórica.

O Guardian fala do seu mais recente projeto com o historiador britânico Dan Jones, The World Aflame, um livro que lança um "novo olhar" sobre o que foi acontecendo no mundo entre as duas guerras mundiais do século passado, e com publicação prevista para agosto de 2020.

Vale a pena ler o artigo e, depois, espreitar o site de Marina Amaral, descobrindo os seus trabalhos anteriores, nomeadamente o primeiro livro com Dan Jones, The Colour of Time.

As fotografias a preto e branco têm a sua força própria mas a "vida real" é a cores – e, com este processo, conseguimos olhar para a História, e para alguns dos seus principais protagonistas, com uma proximidade que é, no mínimo, inquietante.

Czeslawa Kwoka, de 14 anos, prisioneira em Auschwitz | © Auschwitz Memorial and Museum

Winston Churchill, na sua juventude | © Marina Amaral 

... E sim, estou de volta depois de seis anos de intervalo. Nem sei bem explicar porquê. Talvez porque sinta ser necessário dar "provas de vida" do jornalismo que (ainda) se faz pelo mundo, contra todas as probabilidades. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Parar

























Não, a vida não é simples. E sim, errar faz parte.
Parar também. Estou envolvida em tantos projectos neste momento que o Blogkiosk acabou por ficar para trás. Não sei se faz falta a alguém. A mim faz. Por isso sei que voltarei a estas páginas. Um dia. Daqui a nada. Até já.

sábado, 23 de novembro de 2013

Leitura da semana


























Mais de mil refugiados morreram tentando chegar de barco a uma ilha australiana, no meio do Índico. Buscavam alcançar um pedaço de terra chamado Christmas Island e que representa o que tanta gente, no mundo subdesenvolvido, mais deseja: a possibilidade de ter trabalho, educação, liberdade, um futuro para os filhos, alguma esperança no coração. Uma vida digna, em suma.
Esta perigosa travessia marítima começa por ser terrestre - a maioria dos refugiados vem do Afeganistão e chega à Indonésia em camiões, antes de se apinhar em pequenos barcos, na costa de Java. Muito poucos conseguem chegar ao destino - e os que não se afogam pelo caminho são, quase na totalidade, deportados para o país que tanto queriam deixar para trás.
Uma arrepiante reportagem publicada no New York Times, assinada pelo jornalista Luke Mogelson e pelo fotógrafo Joel Van Houdt, que fizeram esta viagem com um grupo de refugiados, até às margens da ilha prometida.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um obituário especial




Escrever a notícia da morte de uma pessoa é uma das missões mais difíceis de um jornalista. Há que condensar uma vida em meia dúzia de linhas, ser justo na análise do percurso e, ao mesmo tempo, prestar tributo à grandeza da personalidade que desaparece. Foi por isso com especial interesse que li o texto escrito por Laurie Anderson, companheira de Lou Reed, e publicado a seu pedido no jornal local The East Hampton Star, na sequência da morte do músico, no domingo passado. Eis a prova de que é possível dizer muito, dizendo aparentemente tão pouco.

To our neighbors:
What a beautiful fall! Everything shimmering and golden and all that incredible soft light. Water surrounding us.
Lou and I have spent a lot of time here in the past few years, and even though we’re city people this is our spiritual home.
Last week I promised Lou to get him out of the hospital and come home to Springs. And we made it!
Lou was a tai chi master and spent his last days here being happy and dazzled by the beauty and power and softness of nature. He died on Sunday morning looking at the trees and doing the famous 21 form of tai chi with just his musician hands moving through the air.
Lou was a prince and a fighter and I know his songs of the pain and beauty in the world will fill many people with the incredible joy he felt for life. Long live the beauty that comes down and through and onto all of us.
— Laurie Anderson
his loving wife and eternal friend

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Leitura da semana


















Aí está mais uma edição da revista digital (e gratuita) distribuída pelo ProPublica, um projecto sem fins lucrativos, financiado por uma fundação, e totalmente dedicado ao jornalismo de investigação.
O número de  Novembro é dedicado à Justiça - ou melhor, ao lado negro do sistema legal norte-americano e às suas falhas.
Está disponível no site um resumo do conteúdo da revista mas esta só pode ser lida no ipad e iphone (app gratuita aqui).

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Adeus, Herald Tribune







































É hoje lançada a nova versão global do New York Times, que enterra de vez o título International Herald Tribune. O jornal assume assim o nome da casa-mãe, que há dez anos comprou a quota detida pelo Washington Post.
A edição internacional do New York Times, vendida em mais de 160 países, manterá as redacções em Londres, Paris, Hong Kong e Nova Iorque e promete reforçar o número de correspondentes em todo o mundo.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O jantar está impresso


















Um jornalista da Esquire decidiu testar as novas impressoras 3D vivendo uma semana apenas usando e comendo (sim, comendo) coisas desenhadas e impressas neste revolucionário objecto. Criou escovas de dentes, pratos, copos e talheres... e divertiu-se a conceber uma pizza em forma de bota, entre outras aventuras culinárias.
O relato da sua experiência pode ser lido aqui, numa contribuição especial para o New York Times.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

100 anos de Vanity Fair






































A edição comemorativa do centenário da Vanity Fair já está nas bancas (atenção, coleccionadores!) mas, se por acaso não lhe conseguirem deitar a mão, podem sempre espreitar o site da revista, com muitos conteúdos exclusivos, percorrendo as várias eras de uma das mais icónicas revistas norte-americanas.
Os editores da VF elegeram também as 9 reportagens mais importantes do século, agora republicadas online, e na íntegra, como esta, escrita em 1955, na sequência da morte de James Dean, ou esta, onde se revelou ao mundo quem era, afinal, o Garganta Funda do caso Watergate.
Boas leituras!

sábado, 31 de agosto de 2013

Porque não resistimos ao açúcar

























Hoje não resisti à tentação... e comprei esta edição da National Geographic. As histórias de leões e os segredos de civilizações perdidas foram, desta vez, relegadas para as páginas interiores. Na capa, o tema-rei é o açúcar: esse alimento amado e odiado, que nos dá tanto prazer mas nos faz tanto mal.
Já li bastante sobre este tema mas aprendi muito com este texto do jornalista Rich Cohen. Desde como surgiu a utilização do açúcar refinado (começou a ser comido na Papua Nova Guiné, há 10 000 anos), até à sua popularização como alimento «divino» (primeiro na Índia, depois na Pérsia e mundo árabe), e consequente expansão do seu consumo a nível mundial (para o qual muito contribuíram os portugueses dos Descobrimentos, claro), há muitos pormenores fascinantes nesta história evolutiva do açúcar.
Infelizmente, a história não tem um final feliz. O abuso do consumo é de tal ordem - e grande parte do que comemos está "escondido" em alimentos tão insuspeitos como o ketchup ou uma pizza - que muitos médicos já o vêem como puro veneno. Richard Johnson, um nefrologista da universidade do Colorado, não tem meias medidas: «Sempre que investigo uma doença e procuro chegar à sua génese e causa principal, acabo por descobrir sempre o mesmo problema na origem de tudo: o açúcar.»
Já agora: parece que não lhe conseguimos resistir por causa de uma mutação genética que terá ocorrido há 17 milhões de anos e ditou a nossa sobrevivência, como espécie... Leiam, que vale a pena.

sábado, 24 de agosto de 2013

Leitura da semana

























Ora aí está um tema que me parece cada vez mais urgente discutir na nossa sociedade: a importância de saber desligar e de aprender a dizer não.

Este é o assunto da mais recente edição da Build (USA):

“Creators do not ask how much time something takes but how much creation it costs. This interview, this letter, this trip to the movies, this dinner with friends, this party, this last day of summer. How much less will I create unless I say ‘no’? A sketch? A stanza? A paragraph? An experiment? Twenty lines of code? The answer is always the same: ‘Yes’ makes less… “People who create know this. They know the world is all strangers with candy. They know how to say ‘no,’ and they know how to suffer the consequences... ‘No’ makes us aloof, boring, impolite, unfriendly, selfish, anti-social, uncaring, lonely, and an arsenal of other insults. But ‘no’ is the button that keeps us on.”

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A «menina do papá»


















Aí está o texto da polémica, publicado na Forbes: Daddy's Girl: How An African 'Princess' Banked $3 Billion In A Country Living On $2 A Day. 
É assinado por Kerry Dogan e... Rafael Marques. Devem haver poucos jornalistas com tanta coragem como ele, nos dias que correm. 
Nesta edição explica-se como Isabel dos Santos, que é já a mulher mais rica de África, construiu a sua fortuna, à sombra do poder do pai. Esta é uma história que também interessa (e muito!) a Portugal. Basta ler excertos como este:
«(...) As Isabel dos Santos diversified her Angolan business interests, in 2005 she diversified her network of powerful patrons. Enter Americo Amorim, a Portuguese billionaire worth $4.3 billion who has spent his life expanding his family’s business empire from cork to real estate, tourism and, especially, oil. The billionaire, who did not comment for this story, was early to seek deals in Angola after hostilities ended. When the Dos Santos clan made a move into banking in 2005, they did so in partnership with Amorim and Fernando Teles, a Portuguese national who had been CEO of another Angolan bank. They formally opened Banco Internacional de Credito, known as BIC, according to the company’s annual reports.
The hand of Isabel’s father again played a role: President Dos Santos, as head of the Council of Ministers, formally authorized the foreign investment in the capital of the bank. Specifically how it was financed is murky, as there is no public record showing who put money into the bank. BIC’s latest annual report shows that Amorim owns 25% of the bank. Various documents reveal that another 25% is held through an investment vehicle controlled by Isabel dos Santos. Her spokesman says she was a founding member of the bank and had independent means to pay her share from her early business ventures.
Regardless, BIC was a hit, in large part because of a deal to lend money to … the Angolan government.»
Pode ler-se o texto completo aqui.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Leitura da semana

























Não consigo parar de ler este número dedicado ao crime da Los Angeles magazine: muito, muito bom. E está quase tudo online: As histórias dos dez casos de polícia mais misteriosos (e sem solução até à data, claro), a lista dos «mais procurados» de LA de todos os tempos, gráficos e mapas onde se revelam as zonas de cada gangue, ou uma conversa com o argumentista Michael Connelly - porque os personagens que se movem nestas ruas têm inspirado Hollywood, desde sempre...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Monárquicos vs Republicanos






















Se por cá já há quem ande farto de ouvir falar do bebé real, imagine-se o que devem sofrer alguns britânicos, menos apegados às questões da monarquia... O Guardian, sempre atento, lançou uma edição online para «republicanos». Basta clicar na opção à direita do ecrã e voilá: em vez dos destaques sobre o nascimento do terceiro na linha de sucessão (sim, é um rapaz!), surgem notícias diferentes, sem pinga de sangue azul.
É de mestre.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Leitura da Semana






































Ainda nem chegou às bancas e já é uma das mais controversas capas de sempre da Rolling Stone. A revista colocou ontem online o seu trabalho de investigação sobre Dzhokhar Tsarnaev – o bombista de Boston  e a sua página de Facebook logo foi inundada por milhares de mensagens de ódio e condenação. A maioria dos leitores entende que, ao colocá-lo na capa, a revista está a dar a um terrorista o estatuto de «estrela rock».

Há até quem compare a fotografia usada (retirada da página pessoal do Facebook de Dzhokhar) com a mítica capa que a Rolling Stone publicou de Jim Morrison... em comum terão aquele olhar entre o perdido e o rebelde, o cabelo desalinhado, a pose para a câmara.


O trabalho da jornalista Janet Reitman – que se publica na semana em que se iniciou o julgamento do caso, com Tsarnaev a declarar-se inocente – tem um título explicativo: «O Bombista: como um estudante promissor e popular foi mal acompanhado pela família, cedeu ao Islão radical e se tornou um monstro».
Janet Reitman ouviu dezenas de amigos, professores e vizinhos do bombista, destacando o isolamento de Dzhokhar depois dos seus pais terem regressado à Chechénia e a influência que o seu irmão mais velho, Tamerlan (morto no tiroteio com a polícia), passou a ter na sua vida.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Aristides






































Portugal está hoje primeira página do Herald Tribune, a versão global do New York Times. A fotografia em destaque mostra uma casa em ruínas em Cabanas de Viriato e a homenagem que dezenas de sobreviventes do Holocausto quiseram prestar a Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus que, contrariando as indicações de Salazar, passou milhares de vistos a famílias judias.
Num artigo assinado por um enviado especial do jornal ao nosso país, honra-se a memória do diplomata português pela voz de quem lhe ficará grato por muitas e muitas gerações.
A Visão deu capa ao assunto no mês passado, revelando os detalhes da preparação desta homenagem internacional junto à casa do diplomata, que o governo português agora promete recuperar e transformar num museu. A lista de Sousa Mendes, de Alexandre Soares, foi uma das melhores reportagens que li este ano.
Fico muito feliz por ver o assunto ganhar a dimensão internacional que merece. Afinal, é bom lembrar que Oscar Schindler, imortalizado no cinema por Steven Spielberg, ajudou cerca de mil judeus. Aristides de Sousa Mendes salvou mais de 30 mil.

sábado, 29 de junho de 2013

Leitura da semana


























Ora aqui está uma grande notícia: o site Propublica acaba de lançar uma revista mensal, em formato digital, reunindo os seus melhores trabalhos de investigação. E, honrando o espírito de serviço público que está na base da criação do projecto... é grátis!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Leituras da semana

Em contagem decrescente para ir de férias (yes!), resta-me ir adorando as capas das muitas revistas que tenho à minha espera... Bom, também está imensa roupa a chamar por mim, mas passar a ferro não é, definitivamente, a minha praia... E ao ver esta edição da Stylist (The Good Wife is Over), decidi que este não era definitivamente o mês para me transformar numa boa dona de casa.. Amarrotada mas feliz, prometo ir passando por aqui.