sábado, 23 de novembro de 2013

Leitura da semana


























Mais de mil refugiados morreram tentando chegar de barco a uma ilha australiana, no meio do Índico. Buscavam alcançar um pedaço de terra chamado Christmas Island e que representa o que tanta gente, no mundo subdesenvolvido, mais deseja: a possibilidade de ter trabalho, educação, liberdade, um futuro para os filhos, alguma esperança no coração. Uma vida digna, em suma.
Esta perigosa travessia marítima começa por ser terrestre - a maioria dos refugiados vem do Afeganistão e chega à Indonésia em camiões, antes de se apinhar em pequenos barcos, na costa de Java. Muito poucos conseguem chegar ao destino - e os que não se afogam pelo caminho são, quase na totalidade, deportados para o país que tanto queriam deixar para trás.
Uma arrepiante reportagem publicada no New York Times, assinada pelo jornalista Luke Mogelson e pelo fotógrafo Joel Van Houdt, que fizeram esta viagem com um grupo de refugiados, até às margens da ilha prometida.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um obituário especial




Escrever a notícia da morte de uma pessoa é uma das missões mais difíceis de um jornalista. Há que condensar uma vida em meia dúzia de linhas, ser justo na análise do percurso e, ao mesmo tempo, prestar tributo à grandeza da personalidade que desaparece. Foi por isso com especial interesse que li o texto escrito por Laurie Anderson, companheira de Lou Reed, e publicado a seu pedido no jornal local The East Hampton Star, na sequência da morte do músico, no domingo passado. Eis a prova de que é possível dizer muito, dizendo aparentemente tão pouco.

To our neighbors:
What a beautiful fall! Everything shimmering and golden and all that incredible soft light. Water surrounding us.
Lou and I have spent a lot of time here in the past few years, and even though we’re city people this is our spiritual home.
Last week I promised Lou to get him out of the hospital and come home to Springs. And we made it!
Lou was a tai chi master and spent his last days here being happy and dazzled by the beauty and power and softness of nature. He died on Sunday morning looking at the trees and doing the famous 21 form of tai chi with just his musician hands moving through the air.
Lou was a prince and a fighter and I know his songs of the pain and beauty in the world will fill many people with the incredible joy he felt for life. Long live the beauty that comes down and through and onto all of us.
— Laurie Anderson
his loving wife and eternal friend