terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Uma crítica sem palavras



Sem palavras. Mesmo. Vejam só esta crítica maravilhosa da New Yorker ao fillme do ano, O Artista.
Clap, clap, clap!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Jornal Público espanhol acaba


Esta foi a última manchete do jornal Público espanhol. Criado em 2007, publicou ontem a sua derradeira edição em papel. Para já, o projecto online mantém-se, embora ainda não seja claro se terá viabilidade.
Aqui podem ver-se as melhores páginas do jornal que, quando nasceu, tinha a ambição de concorrer com o El País, roubando-lhe os leitores mais jovens, mais irreverentes e mais à esquerda. Dizia-se então que a publicação estaria 'colada' ao PSOE e que surgia exactamente pelo descontentamento do partido com as crescentes críticas do El País aos socialistas (que então governavam). Instrumentalizado ou não, o jornal acaba poucos meses depois do PSOE ter perdido as eleições... Coincidência?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A última reportagem



A jornalista Marie Colvin, que ontem foi morta na Síria, já tinha perdido a visão no olho esquerdo quando cobria a guerra civil no Sri Lanka, em 2001. Os estilhaços do rebentamento dessa bomba não a assustaram ao ponto de desistir de fazer aquilo que mais amava: ser testemunha, em tempo real, dos conflitos que moldam o nosso mundo. Por duas vezes foi eleita Enviada Especial do Ano, nos British Press Awards, por duas vezes também ganhou o Prémio Coragem, da International Women's Media Foundation.
Especializou-se no Médio Oriente mas correu para países como a Chechénia, o Kosovo ou a Serra Leoa quando outros tudo dariam para de lá sair. Entrou também em Timor-Leste, em 1999, quando a Indonésia ainda espalhava o terror pelas ruas de Díli. No ano passado passou meses na Líbia, conseguindo a primeira entrevista de Kadafi, no auge da revolução.
Aqui pode ler-se uma selecção de trabalhos de Marie, que assinava no Sunday Times desde 1985.
Esta foi a sua última história, enviada para Londres depois de entrar ilegalmente na Síria, na traseira de uma pequena motorizada, e de se ter juntado aos combatentes que desafiam o regime, em Homs.
Ao lado de Marie Colvin morreu o fotojornalista Rémi Ochlik, com quem também se tinha cruzado na Líbia (esse trabalho acabara de valer-lhe o prémio na categoria Notícias do World Press Photo 2012).


‘We live in fear of a massacre'

Marie Colvin was the only British journalist reporting from inside the besieged Syrian enclave of Baba Amr. This is her final report

Marie Colvin in Homs

They call it the widows’ basement. Crammed amid makeshift beds and scattered belongings are frightened women and children trapped in the horror of Homs, the Syrian city shaken by two weeks of relentless bombardment.
Among the 300 huddling in this wood factory cellar in the besieged district of Baba Amr is 20-year-old Noor, who lost her husband and her home to the shells and rockets.
“Our house was hit by a rocket so 17 of us were staying in one room,” she recalls as Mimi, her three-year-old daughter, and Mohamed, her five-year-old son, cling to her abaya.
“We had had nothing but sugar and water for two days and my husband went to try to find food.” It was the last time she saw Maziad, 30, who had worked in a mobile phone repair shop. “He was torn to pieces by a mortar shell.”
For Noor, it was a double tragedy. Adnan, her 27-year-old brother, was killed at Maziad’s side.
Everyone in the cellar has a similar story of hardship or death. The refuge was chosen because it is one of the few basements in Baba Amr. Foam mattresses are piled against the walls and the children have not seen the light of day since the siege began on February 4. Most families fled their homes with only the clothes on their backs.
The city is running perilously short of supplies and the only food here is rice, tea and some tins of tuna delivered by a local sheikh who looted them from a bombed-out supermarket.
A baby born in the basement last week looked as shellshocked as her mother, Fatima, 19, who fled there when her family’s single-storey house was obliterated. “We survived by a miracle,” she whispers. Fatima is so traumatised that she cannot breastfeed, so the baby has been fed only sugar and water; there is no formula milk.
Fatima may or may not be a widow. Her husband, a shepherd, was in the countryside when the siege started with a ferocious barrage and she has heard no word of him since.
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Reencontro



O fotógrafo Samuel Aranda está de regresso ao Iémen para cobrir as eleições presidenciais da próxima semana e conheceu os protagonistas da imagem que lhe valeu este ano o World Press Photo. O ferido que se abandonava, fragilizado, no colo de uma mulher, é Zayed Al-Qaws, de 18 anos. Quem o amparava era a sua mãe, Fátima.
Quando Aranda fez a fotografia, a 15 de Outubro, numa mesquita transformada num caótico hospital, não teve oportunidade de falar com os feridos ou pedir os seus nomes. Mas, depois de se reconhecerem na fotografia que mereceu o mais importante prémio internacional, a família falou à imprensa local e Aranda decidiu procurá-los. E assim ficou a saber que Zayed esteve em coma nos dois dias seguintes ao seu encontro fugaz, e que, depois de um mês acamado, o rapaz voltou à luta, para ser ferido mais duas vezes.
A história deste reencontro é hoje partilhada com o mundo através do Lens, do New York Times.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pay it forward


Hoje, no New York Times, uma história comovente que é também um poderoso testemunho do poder do altruísmo. Aqui se conta como, a partir da doação desinteressada de um homem, se sucederam 60 transplantes renais, todos entre desconhecidos.
Rick Ruzzamenti mudou toda a sua vida no ano passado, num impulso: trocou o catolicismo pelo budismo, casou com uma mulher vietnamita que acabara de conhecer e decidiu, sem mais, doar um dos seus rins a quem dele necessitasse. O seu exemplo inspirou outros e a Cadeia 124, como foi baptizada pela organização sem fins lucrativos National Kidney Registry, exigiu uma extraordinária coordenação de centenas de pessoas, ao longo de quatro meses, envolvendo as equipas de 17 hospitais em 11 Estados diferentes da América.
Até hoje, estas 60 pessoas (30 doadores e 30 receptores) nunca se tinham conhecido, em virtude das regras que impõem o anonimato a quem entra no programa de transplantes norte-americano. Mas esta história era tão fabulosa que foi solicitada a abertura de uma excepção, pedindo aos envolvidos que se deixassem identificar para este artigo do Times. E foi no jornal impresso de domingo que todos viram, pela primeira vez, o rosto de quem lhes salvou a vida.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Última chamada para a Oficina desta semana!


Último dia para conseguir as últimas vagas para a Oficina de Escrita desta semana!
Mais informações aqui:


«Escrever bem» não é uma capacidade inata – pode e deve ser ensinada o mais cedo possível, já que o domínio das técnicas narrativas é fundamental para o sucesso académico e profissional. Nesta formação, recorrendo à experiência da formadora na área do jornalismo, serão ensinados truques para organizar e apresentar ideias de forma clara e apelativa. Serão também estudadas as técnicas narrativas aplicadas na escrita de textos de não-ficção em longo formato: para escrever a história de uma empresa familiar, a biografia de um avô ou o diário de uma grande viagem.

PROGRAMA
Introdução. O gosto de escrever, talento e trabalho. Técnicas e estruturas narrativas. Recolha e organização de informação. Investigação online, consulta de arquivos históricos, técnicas de entrevista. Exemplos e leituras. Exercícios e discussão.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

World Press Photo


O fotógrafo espanhol Samuel Aranda venceu o 55º prémio World Press Photo com o retrato de uma mulher amparando um familiar ferido no Iémen.
A imagem, publicada no New York Times, foi captada no interior de uma mesquita transformada em hospital durante as manifestações contra o regime de Ali Abdullah Saleh. Além da sua força e beleza estética, é «um retrato simbólico da Primavera Árabe», de acordo com júri do prémio.

Galeria de todas as fotos vencedoras aqui.