segunda-feira, 31 de março de 2008

(Pausa informativa) O Melhor Fotojornalismo

(Foto: Yuri Kosyrev/Iraque, para a TIME)

Os amantes do fotojornalismo não podem perder a conferência, de entrada livre, que o júri da 8ª edição do Prémio de Fotojornalismo VISÃO/BES dará no Museu da Electricidade. Apontem nas agendas: é sábado, dia 5 de Abril, às 16 horas. Com Jean-François Leroy, director do festival «Visa Pour l’Image», em Perpignan (França), um dos mais importantes festivais internacionais de fotografia; Susan Smith, directora-adjunta de fotografia da revista National Geographic; Yuri Kozyrev, que publica trabalhos sobre o Iraque desde o início da guerra, sobretudo ao serviço da revista TIME (aqui pode ver um dos seus últimos trabalhos, comentado pelo próprio); Noël Quidu, fotojornalista francês da agência Gamma que já venceu o World Press Photo com imagens da Libéria e do antiga Juguslávia; e Philip Blenkinsop, «especialista» no continente asiático, que chegou a viver nas montanhas com a guerrilha timorense.
Veja aqui os premiados e os vídeos dos bastidores das edições anteriores, com fotógrafos como James Nachtwey ou Sebastião Salgado.

domingo, 30 de março de 2008

Homenagem a Dith Pran

(Foto: Barton Silverman/The New York Times)

Dith Pran, o fotógrafo imortalizado no filme «Terra Sangrenta» (The Killing Fields, de Roland Joffé, 1984), morreu esta manhã, aos 65 anos, noticia o New York Times. Tal como retratado no filme, Dith Pran trabalhava em parceria com Sydney H. Schanberg, o correspondente do New York Times no sudueste asiático, quando os Kmers vermelhos tomaram o poder no Cambodja, em 1975. Até 1979, mais de dois milhões de pessoas foram mortas pelos senhores do regime - Dith Pran e Sydney Schanberg eram os jornalistas que contavam essa história ao mundo.
Mas depressa o repórter do Times foi forçado a abandonar o país. Dith Pran acabou por ser preso e, durante anos, não se conhecia o seu destino. Muitos diziam que tinha sido executado ou atirado aos crocodilos.
A cobertura jornalística do conflito valeu o Pulitzer a Sydney Schanberg, que dedicou e partilhou o prémio com o amigo cambodjano.

Depois de quatro anos de espancamentos e maus tratos, sobrevivendo com uma colher de arroz por dia, o fotógrafo conseguiu fugir para a Tailândia. Schanberg foi buscá-lo no dia seguinte e o cambodjano exilou-se nos Estados Unidos. Foi contratado pelo New York Times, onde trabalhou até muito recentemente (fotogaleria). Só a doença o deteve: morreu vítima de cancro.

sábado, 29 de março de 2008

Senhor juiz, pode salvar o mundo?


Deu entrada, num tribunal de Honolulu, no Havai, um processo sui generis... Segundo conta o New York Times, os físicos Walter L. Wagner e Luis Sancho acreditam que o novo acelerador de partículas do CERN (Centre Européenne pour la Recherche Nucléaire), que entrará em funcionamento no Verão, pode criar um buraco negro que acabará por engolir a Terra.

Este novo acelarador do CERN, um centro de pesquisa internacional, que também conta com financiamento português e funciona nos arredores de Genebra, na Suíça, foi designado como LHC, ou Large Hadron Collider. Levou 19 anos a construir, tem 27km de perímetro, situa-se a 100m de profundidade e irá acelerar protões contra protões a velocidades próximas da velocidade da luz. Os cientistas procuram, essencialmente, reproduzir as condições do Big Bang e perceber como se formou o universo.

A assessora de imprensa do CERN, Sophie Tesauri, disse esta semana à AFP que tem recebido muitos telefonemas de cidadãos preocupados. «Mas não há nada a temer: a quantidade de matéria negra [criada] será ínfima», assegura. O tema, contudo, será objecto de discussão no CERN, no próximo dia 6 de Abril, com recurso aos últimos estudos desenvolvidos.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Sá Fernandes na Al Jazeera - Pt. 1

O programa foi emitido no passado dia 19 de Março na Al Jazeera Internacional. Fala de Portugal. De como a corrupção tomou conta de Lisboa. E do homem que quer acabar com isto: José Sá Fernandes, pois claro.

Sá Fernandes na Al Jazeera - Pt. 2

O programa foi emitido no passado dia 19 de Março na Al Jazeera Internacional. Fala de Portugal. De como a corrupção tomou conta de Lisboa. E do homem que quer acabar com isto: José Sá Fernandes, pois claro.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Lágrimas de Lhasa


«O Tibete não é livre! Isto é tudo uma farsa!» A frase foi gritada por um jovem monge budista, quando um grupo de 26 jornalistas internacionais visitava um templo, em Lhasa, a convite do governo chinês. Tudo estava preparado para convencer os jornalistas de que a situação na capital tibetana estava controlada. Mas o grito deste monge, que logo foi secundado por outros 30 tibetanos, deitou por terra os planos chineses (vídeo da Reuters).
O monge, segundo a Associated Press, rompeu corajosamente o silêncio orquestrado... mas logo se desfez em lágrimas. A sua acção terá consequências - muitos já foram mortos por ousadias de menor calibre. Ele, melhor que qualquer jornalista estrangeiro presente naquele templo, sabe o que lhe poderá acontecer.

Não ficou claro para os repórteres no local o que sucedeu ao grupo de lamas do mosteiro de Jokhang. Todos os convidados de Pequim foram evacuados em poucos minutos - alguns fotógrafos foram mesmo arrastados pelo chão, sem contemplações. Que bela acção de propaganda!

quarta-feira, 26 de março de 2008

O primeiro europeu


A revista Nature revela, na edição de amanhã, a descoberta dos restos de um hominídeo de há 1,1 a 1,2 milhões de anos, que poderá ter sido o primeiro europeu ocidental. Estes fósseis, encontrados na Sierra de Atapuerca, no norte de Espanha, constituem os mais antigos vestígios até agora identificados da primeira ocupação humana nesta zona do globo.
Este hominídeo (provavelmente, uma mulher), deverá ser originário de populações do Leste, que seriam, por sua vez, descendentes da primeira expansão demográfica procedente de África, através do Médio Oriente e do Cáucaso. O estudo destes fósseis reforça a teoria de que os primeiros Homo chegaram à Europa pouco depois de saírem do continente africano. A equipa de cientistas continua a trabalhar no local e baptizou este indivíduo, provisoriamente, de Homo antecessor: o pioneiro.

A revelação


Poderia ser um fait-divers - não estivessem os americanos em pré-campanha para as presidenciais. Neste contexto, a «falsa memória» de Hillary Clinton, dizendo num comício que chegou a aterrar na Bósnia debaixo de fogo de snipers, poderá debilitar (ainda mais) a sua credibilidade. Na verdade, a então Primeira-Dama dos EUA foi recebida num clima de grande normalidade, com crianças entregando-lhe flores, como pode ser revisto nas imagens prontamente colocadas no You Tube (e aqui disponibilizadas pelo Guardian).
Na terça-feira, 25, já David Brooks, colunista do New York Times, escrevia que Clinton estava a viver uma das piores semanas da sua campanha. Que dizer agora...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Repórteres com causas


Acender a tocha olímpica... A simbólica cerimónia, em Olímpia, na Grécia, não correu como a China esperava. Três jornalistas, entre eles o secretário-geral dos Repórteres Sem Fronteiras, conseguiram interromper o discurso do presidente da comissão organizadora chinesa, Liu Qi, desfraldando uma bandeira negra, onde se podiam ver algemas no lugar dos anéis olímpicos e a mensagem «Boicotem o país que espezinha os direitos humanos». As imagens falam por si. A notícia da BBC pode ser vista aqui.

domingo, 23 de março de 2008

Leituras da Semana II

A revista deste Domingo do El País prova que ainda não sabemos tudo sobre Fidel Castro. Num trabalho especial, intitulado Último Capítulo, quatro textos surpreendentes são acompanhados por imagens inéditas do fotógrafo Alberto Korda (o homem que imortalizou Che Guevara). Primeiro, escreve Mauricio Vicent, que nos transporta para os últimos dias do regime de Castro e para a Havana de hoje (mas recordando sempre a de outros tempos). Depois um «desabafo» nunca antes publicado, do escritor (e crítico) Guillermo Cabrera Infante (que faleceu em 2005): Castrofobia, um retrato terrível do «comandante». De outro escritor já desaparecido, chega, nas páginas seguintes, Las comidas profundas, um relato fabuloso de Manuel Vásquez Montalbán sobre a paixão de Castro pela culinária... e pelas mulheres. A rematar, uma crónica de Manuel Rivas, recordando o dia em que o muro de Berlim caiu e ele foi um dos jornalistas convocados, em Havana, para uma conferência de imprensa com Fidel, que se prolongou até de madrugada... Ao todo, são 18 páginas verdadeiramente especiais. Para ler, reler e guardar.

sábado, 22 de março de 2008

Leituras da Semana

Quem pode, pode. A TIME publica, esta semana, uma reportagem em Dharamsala, mostrando como o Dalai Lama viveu, no seu refúgio nos Himalaias, estes dias conturbados. Pico Iyer, que escreveu várias reportagens e livros sobre o Dalai Lama e conhece o líder budista desde os anos 70, assina o texto. James Nachtwey, um dos mais reputados fotojornalistas dos nossos tempos, captou os momentos da sua intimidade. Imperdível, claro.

sexta-feira, 21 de março de 2008

pausa informativa

(Foto: Lynn Johnson/National Geographic Magazine)

Homenageando o Dalai Lama, também hoje tento pensar na China com compaixão... e ver apenas a beleza de uma criança que brinca nos campos de arroz.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Notas de um jornalista iraquiano

(Foto: Graith Abdul-Ahad)

Graith Abdul-Ahad é fotojornalista mas tem assinado também algumas das melhores reportagens de imprensa, no Guardian. São dele, igualmente, os vídeos mais reveladores da actual situação iraquiana, também publicados no site do jornal britânico. Vale a pena seguir o link... E ler, por exemplo, o artigo que retrata o iraquiano Khalil: 'My wife said I had to stop the jihad. I divorced her. Fighting was my duty'.

quarta-feira, 19 de março de 2008

5 anos depois...


Eram 21h34m, no dia 19 de Março de 2003, quando caças americanos começaram a bombardear Bagdad. Cinco anos depois, o balanço não podia ser mais negativo: terão morrido mais de 650 mil civis e o país está à beira do colapso.
Desde 2003, ali morreram também 210 jornalistas. Homenageando a sua memória, destaco um ensaio de Franco Pagetti, em jeito de balanço de cinco anos de guerra, e uma reportagem de Yuri Kozyrev, sobre as dificuldades para controlar Mossul - agradecendo também à TIME por ter mantido no país, em permanência, alguns dos melhores fotógrafos do mundo.

terça-feira, 18 de março de 2008

Boicote aos produtos chineses

Em apoio ao povo tibetano, apela-se ao boicote de produtos chineses. Já fizemos o mesmo com produtos indonésios, por causa de Timor, lembram-se?

«Caros Amigos e Concidadãos,

Perante a gravíssima situação de opressão, violência e violação dos direitos humanos no Tibete e na própria China pelo governo chinês, e perante a passividade real dos governos mundiais, para os quais só contam as questões económicas, tem de ser a comunidade civil a tomar medidas efectivas que obriguem o governo chinês a recuar. Exortamos assim a que se inicie e divulgue um boicote sistemático a todos os produtos chineses em Portugal e em todas as partes do mundo. Deixemos de ser cúmplices com a construção de uma grande potência económica à custa da opressão e exploração do seu próprio povo e do genocídio do povo tibetano !

Passem, divulguem e pratiquem !

Grupo de Apoio ao Tibete / União Budista Portuguesa »

segunda-feira, 17 de março de 2008

Leituras da semana II


10 ideias que estão a mudar o mundo, na capa da TIME.
More than money, more than politics, ideas are the secret power that this planet runs on.
Here are a few you need to know about...

domingo, 16 de março de 2008

Leituras da semana

Na semana em que a repressão chinesa no Tibete volta a ser notícia, é interessante ler o artigo de capa da edição deste mês da Prospect e ficar a conhecer um pouco melhor esta superpotência, que evolui a várias velocidades. Mark Leonard introduz-nos nas universidades e nos centros de investigação chineses, retratando a classe intelectual do país. Iniciou a sua pesquisa em 2003 e o que esperava encontrar, então, era muito diferente:

«I had imagined that China's intellectual life consisted of a few unbending ideologues in the back rooms of the Communist party or the country's top universities. Instead, I stumbled on a hidden world of intellectuals, think-tankers and activists, all engaged in intense debate about the future of their country. I soon realised that it would take more than a few visits to Beijing and Shanghai to grasp the scale and ambition of China's internal debates.»
Cinco anos depois da sua primeira visita à Chinese Academy of Social Sciences, que tem 4 000 investigadores nos quadros (!), conta que encontrou um espaço de liberdade:
«Paradoxically, the power of the Chinese intellectual is amplified by China's repressive political system, where there are no opposition parties, no independent trade unions, no public disagreements between politicians and a media that exists to underpin social control rather than promote political accountability. (...) While it is true there is no free discussion about ending the Communist party's rule, independence for Tibet or the events of Tiananmen Square, there is a relatively open debate in leading newspapers and academic journals about China's economic model, how to clean up corruption or deal with foreign policy issues like Japan or North Korea. Although the internet is heavily policed, debate is freer here than in the printed word (although one of the most free-thinking bloggers, Hu Jia, was recently arrested). And behind closed doors, academics and thinkers will often talk freely about even the most sensitive topics, such as political reform.»

sexta-feira, 14 de março de 2008

Revolução açafrão

(Fotos: Agence France-Presse — Getty Images)


Tibetanos furiosos? Parece um contrasenso. Mas 49 anos de repressão... deram nisto. Não há monge que aguente, essa é que é essa.

«Violence erupted Friday morning in a busy market area of the Tibetan capital of Lhasa, as Buddhist monks and other ethnic Tibetans clashed with Chinese security forces. Witnesses say angry Tibetan crowds burned shops, cars, military vehicles and at least one tourist bus. The chaotic scene was the latest and most violent confrontation in a series of protests that began on Monday and now represent a major challenge to the ruling Communist Party as it prepares to host the Olympic Games in August.»

quarta-feira, 12 de março de 2008

os 50 blogues + poderosos

Os 50 blogues mais poderosos do mundo, segundo o Observer. Algumas escolhas são surpreendentes (como o Dooce, em 5º lugar), outras lamentáveis (o Drudge Report em 11º?). Mas há muito a descobrir nesta lista. É um novo mundo que se nos revela...

Free Tibet

«A opressão nunca conseguiu suprimir nas pessoas o desejo de viver em liberdade.» Dalai Lama

A polícia chinesa atacou um grupo de monges tibetanos que se manifestavam pacificamente em Lhasa, capital do Tibete, pedindo a libertação de outros religiosos do mosteiro de Sera, detidos na segunda-feira. Segundo a rádio Free Asia, estes 500 monges arriscaram a vida ao circularem pelas ruas cantando «queremos liberdade». Esta foi a maior manifestação dos últimos 20 anos contra o regime comunista chinês, que ocupou violentamente o Tibete em 1959, forçando o Dalai Lama a viver no exílio.
Estes protestos acontecem no mesmo dia em que uma centena de refugiados iniciaram uma marcha pacífica de regresso ao Tibete, desde Dharamsala, na Índia, inspirada na Marcha do Sal de Mahatma Ghandi.

terça-feira, 11 de março de 2008

In memoriam


Mais um ano passou desde aquela manhã, 11 de Março.

Hoje, à porta de Atocha, cumpriu-se mais um minuto de silêncio, em memória das 192 pessoas que morreram há quatro anos. Os reis e a classe política juntaram-se para uma cerimónia rápida, de dez minutos. Escutou-se a peça musical Da pacem domine, criada pelo compositor estónio Arvo Part, e depositaram-se flores junto ao monumento que hoje se ergue em frente à estação de comboios madrilena.

É um monumento inquietante, onde estão escritos todos os nomes das vítimas de Atocha. A sua complexa estrutura permite que as palavras sejam iluminadas de forma diferente, ao longo do ano. E que cada uma delas tenha a luz a incidir sobre si, em destaque, em determinado momento. Esteticamente bela, é também uma homenagem simbolicamente triste. Porque cada raio de luz começa por deslizar pelo interior da esfera transparente, deslumbrando o olhar e os sentidos, para depois se perder num buraco negro, recordando-nos as vidas que o terrorismo engoliu.

segunda-feira, 10 de março de 2008

O Público espanhol




O Público chegou há seis meses às bancas espanholas e tem sido um prazer de ler. Basta olhar para as primeiras páginas de hoje e comparar a da Público com as do El Mundo e do El Pais. Diferente, não?
Gosto da sua irreverência (gráfica e editorial). Gosto que se assuma como «de esquerdas». Gosto do seu preço: 50 cêntimos. Gosto que tenha um director com 31 anos, comandando uma redacção de 140 jornalistas tão ou mais jovens que ele e que, no dia do lançamento do jornal, escreveu isto:
“Te has dado cuenta de que todos los días suceden en el mundo el número de noticias exactas para llenar un periódico? Ni una más, ni una menos”. El chiste es del humorista Seinfeld, y tiene razón. El trabajo de los periodistas se puede resumir así: consiste en elegir cuáles son las noticias más importantes para los lectores. Pero hoy los lectores son también internautas, radioyentes, telespectadores... Creemos que esta nueva abundancia de información nos obliga a hacer nuestro trabajo de forma diferente. Ahora es aún más necesario y complicado separar lo fundamental de lo accesorio.

PSOE - 43,36%; PP - 39,85%

( Foto: AFP )
A maioria absoluta esteve perto. Mas a vitória, que até ao último dia nunca esteve certa, bastava para que a festa fosse rija: nem que fosse por um voto.
Especiais eleições, nos diários espanhóis:

sábado, 8 de março de 2008

Espanha, dia de reflexão

Zapatero (ao centro), presta homenagem ao socialista basco assassinado. Foto: EFE
"Quien quiera solidarizarse con nuestro dolor que vaya a votar el domingo" Sandra, filha mais velha de Isaías Carrasco, morto pela ETA na sexta-feira, 7 de Março

(vídeo CNN+)

sexta-feira, 7 de março de 2008

Meu caro Watson

Paul Watson não morreu esta manhã porque teve o bom senso de vestir um colete à prova de bala. Como se pode ver neste vídeo, os baleeiros japoneses não reagem bem às perseguições da organização ambientalista Sea Shepherd...
Um dos activistas mais importantes da história da ecologia, Watson fundou a Greenpeace e, mais tarde, a Sea Shepherd, que luta exclusivamente pela conservação da vida marinha. É, desde há mais de 30 anos, uma espécie de «pirata ambientalista», abordando navios de pesca ilegal, sobretudo das frotas japonesas que caçam baleias. Arrisca a vida em muitas das suas acções, como comprovam os confrontos de hoje com os guardas costeiros japoneses. (A New Yorker publicou recentemente uma reportagem a bordo do navio de Watson, imperdível para quem se interessa por estes assuntos.)
Este terá sido «apenas»mais um susto na vida deste activista, que não desistirá de lutar contra a caça à baleia. Como o próprio escreveu no Guardian, há pouco mais de um mês, «we will not rest, nor will we ever surrender to the arrogance of the whalers. Only our own death will deter our annual trek across these stormy south polar seas in our quest to restore peace between cetacean and hominid in these savage waters.»
P.S. A Comissão Baleeira Internacional está reunida, desde ontem, em Londres, para tentar ultrapassar o impasse que divide os países que estão contra ou a favor do regresso da caça comercial à baleia, alvo de uma moratória desde 1986. O Japão lidera o grupo de países que defende a caça, alegando também razões científicas...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Leituras da Semana II

É bom acreditar que sim. Que todos podemos ser melhores pessoas, mais felizes e bem sucedidos nas nossas vidas... A edição de Março da Psychology Today fala-nos exactamente disso: como podemos cultivar determinados aspectos da nossa personalidade (como a coragem, a paixão, a alegria e o optimismo), que nos farão olhar o mundo com outros olhos - e fazer com que o mundo nos olhe, também, com outro interesse...

terça-feira, 4 de março de 2008

Leituras da Semana

Geldof and Bush: Diary From the Road, uma reportagem imperdível na edição europeia da norte-americana TIME. Bob Geldof veste a pele de repórter e conta-nos tudo sobre a sua viagem de sete dias, por terras africanas, com o presidente dos EUA...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Homenagem a David Attenborough

Depois de 54 anos a apresentar os mais fabulosos documentários de vida animal, David Attenborough aceitou calçar as pantufas e reformar-se. A BBC1 emite hoje o último episódio de Life in Cold Blood, a série que, aos 82 anos, Attenborough ainda concebeu e produziu com o entusiasmo que sempre o caracterizou.
O Guardian lembra-nos o quanto lhe devemos. Não fosse a sua curiosidade insaciável (e a sua coragem!) não saberíamos nada sobre a vida de milhares de espécies. Sem ele, o entendimento que teríamos da vida selvagem, da beleza e da fragilidade do nosso planeta, não seria o mesmo (podem recordar-se aqui alguns dos melhores momentos da sua carreira.)
Para as gerações futuras ficaram séries históricas, como Zoo Quest, o seu primeiro trabalho, nos anos 50, numa África pura e nunca antes filmada, ou Planeta Terra, gravado já no novo milénio, em alta definição e recorrendo às últimas tecnologias, condensando cinco anos de filmagens, em 62 países e 204 locais. A colecção de 6 dvd's está à venda em Portugal desde Novembro de 2007 e vale cada cêntimo. Como o próprio explicou no seu lançamento, Planeta Terra «é uma celebração do que ainda existe».
É o nosso mundo, como só Attenborough nos poderia revelar. E é um mundo fabuloso. Just look at the trailer...


domingo, 2 de março de 2008

Bloody Saturday...

Ontem foi o dia mais sangrento na Faixa de Gaza desde os anos 80. Morreram mais de cem pessoas na sequência dos primeiros bombardeamentos da grande ofensiva prometida por Israel. O ataque terrestre ainda não começou. Mas os tanques estão alinhados na fronteira.
O mundo assiste, uma vez mais, sem fazer grande coisa. O secretário-geral da ONU disse ontem, no Conselho de Segurança: «Condeno os ataques palestinianos com mísseis contra civis israelitas, e condeno Israel, pelo uso desproporcionado e excessivo da força».
No seu cargo, exigia-se que dissesse (fizesse?) mais.