domingo, 29 de junho de 2008

um olhar americano sobre o velho continente


As taxas de natalidade na Europa bateram no fundo, como bem sabemos - Portugal é o país com a mais baixa percentagem de nascimentos da UE, com uma taxa de fecundidade de 1.3, quando 2.1 é o valor mínimo para assegurar a substituição de gerações. E o que estamos nós a fazer para mudar isto? Pouco, quase nada. Mas outros países europeus, como a França ou a Itália, seguem os passos dos vizinhos escandinavos e estão a criar novos incentivos, económicos e de apoio social, para encorajarem as famílias a terem filhos nestes tempos de crise... O tema preenche a capa da revista de domingo do New York Times, lembrando-nos que «a este ritmo, em 2050 só 5% da população mundial será Europeia»...

domingo, 22 de junho de 2008

a arte de conversar

(Desenho realizado durante a audição em tribunal de Khalid Shaikh Mohammed/Janet Hamlin/Associated Press)

O New York Times publica hoje um artigo sobre as técnicas de interrogatório da CIA, descrevendo em pormenor a relação estabelecida entre o agente Deuce Martinez e Khalid Shaikh Mohammed, um dos principais responsáveis pela organização dos atentados de 11 de Setembro, segundo os EUA. De acordo com o jornal, Martinez recusou aplicar as técnicas violentas usadas pelos seus colegas, como o waterboarding, e limitou-se a conversar com o suspeito. Durante dois anos, falaram de tudo: da família, de religião, de política. Martinez acabou por conseguir que o radical islâmico partilhasse pormenores fulcrais para as investigações e que confessasse, inclusive, a sua responsabilidade pelo assassínio do jornalista do Wall Street Journal, Daniel Pearl.
Hoje, Deuce Martinez já não pertence aos quadros da CIA. Trabalha para uma empresa privada que treina os agentes na arte de conduzir interrogatórios - sem violência.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

casamentos gay

(Foto: Marcio Jose Sanchez/AP)
O casamento de Del Martin, 87 anos (à esquerda), e Phyllis Lyon, 84, na passada terça-feira, em São Francisco, foi um acontecimento histórico. O Supremo Tribunal da Califórnia declarou inconstitucional a lei que discrimina os casais homossexuais, considerando legítimos os seus desejos de igualdade nesta matéria. Ficou aberto o caminho para cerimónias como a que uniu legalmente estas duas mulheres, que se amaram toda a vida.
Mas agora, nas eleições de Novembro, os eleitores da Califórnia terão de votar não apenas no próximo presidente dos EUA mas também numa espécie de referendo sobre esta matéria, pois será necessária uma emenda à Constituição.
Milhares de casais homossexuais americanos não quiseram esperar nem mais um dia e estão a aproveitar esta oportunidade criada pela decisão do tribunal para oficializar as suas relações, como descrevem hoje o New York Times e o San Francisco Chronicle. Os cartórios até tiveram de fazer horas extraordinárias...!
Na nossa vizinha Espanha, o casamento (e a adopção) já são direitos reconhecidos aos homossexuais. Por cá, o assunto morreu, depois de anos a ser apresentado como uma «bandeira» da Juventude Socialista. Não se percebe bem porquê...

terça-feira, 17 de junho de 2008

neurónios em estado google

De que forma é que o uso da Internet está a alterar a forma como raciocinamos? E com tantos atalhos e trabalho facilitado, estaremos a ficar mais burros? O artigo da Atlantic não dá respostas definitivas a estas perguntas - mas convida-nos a pensar sobre o assunto...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

descoberta do mês

«O jornalismo de investigação está em risco. Muitas publicações olham-no cada vez mais como um luxo», lê-se na apresentação do projecto norte-americano Propublica, que ontem nasceu na blogosfera sob o lema «journalism in the public interest». Ora, para um grupo de reputados jornalistas desiludidos com a situação actual dos media, a investigação, qual espécie em vias de extinção, merece ser salva. Por isso, criaram uma fundação, encontraram um mecenas e, através deste projecto de carácter filantrópico, prometem oferecer (sim, oferecer!) material de excelência aos jornais e revistas que entendam publicá-los. O site do projecto funciona também como agregador de notícias e reportagens escolhidas a dedo e tem uma categoria inovadora que promete dar que falar: o «Scandal Watch».
Se chegou ao meu blogue, das duas, três: ou tem um particular interesse pelo mundo das notícias, ou é meu amigo, ou enganou-se. Se pertence à primeira categoria, esta é uma descoberta a juntar, definitivamente, à sua lista de favoritos.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

leituras da semana

Imperdível a edição especial sobre arquitectura da revista dominical do New York Times, sobre as tendências mais vanguardistas da actualidade, que nos permitem também antever como viveremos em sociedade no futuro.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Bobby Kennedy

Robert Kennedy morreu há precisamente 40 anos. A 6 de Junho de 1968, dois dias depois de ter vencido as primárias na Califórnia, partindo como favorito para a nomeação democrata nas eleições para a Casa Branca, foi atingido na cabeça por um disparo de uma pequena arma, numa festa no Ambassador Hotel, em Los Angeles.
A efeméride, sobretudo em época de eleições disputadas, merece o destaque de muitos meios de comunicação. A Vanity Fair deu-lhe honras de capa na edição de Junho, contando pormenores deliciosos daquela que intitulam The Last Good Campaign, revelando também muitas imagens inéditas do irmão mais novo de JFK.
É interessante comparar este texto, uma pré-publicação de parte do livro The Last Campaign: Robert F. Kennedy and 82 Days That Inspired America, da autoria de Thurston Clarke (ed. Henry Holt and Company), com o artigo publicado pela revista Time há 40 anos: A life on the way to death. As emoções dão vida às palavras de forma diferente mas os factos são basicamente os mesmos - comprovando a máxima de que «o jornalismo é o primeiro rascunho da História».

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Now we can!

É oficial: Barack Obama é o candidato democrata às eleições presidenciais de Novembro. Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um afro-americano poderá ser o seu «comander in chief». Mas, mais do que a barreira da raça, Obama quebrou esterótipos e chega ao fim desta corrida podendo orgulhar-se do seu percurso, como nota o New York Times:

The victory for Mr. Obama, the son of a black Kenyan father and white Kansan mother, broke racial barriers and represented a remarkable rise for a man who just four years ago served in the Illinois State Senate.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Bill is back...

(Foto: Paul J. Richards/AFP/Getty Images - Vanity Fair)

Na véspera da última (e decisiva?) etapa das primárias nos Estados Unidos, este é o artigo de que todos falam... Até que ponto as histórias pouco edificantes de Bill Clinton têm interesse público, sobretudo nesta fase final da corrida à nomeação presidencial?
O jornalista Todd S. Purdum, que assina o texto polémico na Vanity Fair, diz que foi o egoísmo, mau humor e gosto por saias de Bill que mataram o sonho de Hillary.