A verificação é um dos pilares nobres do jornalismo. Por cá pratica-se pouco e é pena. Nos Estados Unidos, o fact-checker é um elemento imprescindível nas redacções (certo, também pelo receio que os directores têm de processos judiciais...), chegando ao ponto de contactar todas as fontes citadas pelo jornalista que assina a peça. «É verdade que se encontrou com fulano x no local y, no dia w, e o conteúdo da vossa conversa foi z? No artigo ele cita-o da seguinte forma... considera correcto?»
Este tipo de trabalho pode ser discutível (na minha opinião, o jornalista tem de ser responsável pela informação que publica e a direcção, à partida, deve confiar, e não desconfiar, do trabalho dos seus repórteres). Mas na cobertura do jornalismo político, a verificação assume uma importância especial, que muito me agrada. Regra geral, os leitores gostam que os jornalistas os iluminem a este respeito: afinal, Obama disse ou não aquilo há três meses? E McCain votou ou não daquela forma há 20 anos?
Em Washington tive a felicidade de ter aulas com Brooks Jackson, jornalista veterano que durante 34 anos acompanhou o mundo político americano para a Associated Press, Wall Street Journal e CNN e é hoje director de um site imprescindível, o FactCheck.org. O lema do trabalho que ali se publica diariamente é claro: holding politicians accountable. Em dia de rescaldo, depois do primeiro debate entre Obama e McCain, vale a pena ver o que se escreve por lá...
O Washington Post, no seu blog The Fact Checker, também acompanhou em tempo real as intervenções dos candidatos, esclarecendo a veracidade da informação. Verdadeiro serviço público, é o que vos digo.
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