Os telemóveis não funcionam, a Internet está «cortada», os jornalistas internacionais (os poucos que lá conseguiram entrar...), proibidos de cobrir qualquer assunto que não conste do programa definido pelo «Ministério da Cultura e Orientação Islâmica». Mas lá vão conseguindo romper as barreiras da censura e contar-nos que os iranianos estão na rua. Hoje milhares de pessoas voltaram a estar divididas, nas ruas de Teerão, em duas grandes manifestações. De um lado, os apoiantes do presidente (reeleito) Mahmoud Ahmadinejad; do outro, os defensores do (derrotado) reformista Mir-Hossein Mousavi. E voltaram a envolver-se em confrontos com a polícia havendo registo de, pelo menos, oito mortos.
Sobretudo porque a informação é escassa e a realidade é complexa, importa ler com atenção a cobertura da correspondente do El País no Irão, Angeles Espinosa, que ali vive há vários anos. Destaco apenas o texto de hoje, Um País Partido em Dois. Mas sigam diariamente as pistas da sua página especial no site do diário espanhol. Também a excelência deste jornalismo está, nos dias que correm, ameaçado de extinção.
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