quinta-feira, 8 de abril de 2010

Em viagem

(Angkor, Camboja)

 Há palavras que me fazem viajar num segundo. Como estas: Alepo, Djenné, Bandiagara, Jaisalmer, Turkana... Já em miúda adorava ver mapas e girar globos, espetando o dedo ao calhas em cima de terras com nomes misteriosos. Viajar, conhecer o mundo, sempre foi um sonho. Ter um bilhete de avião marcado, ou um plano de viagem delineado, nem que seja para daqui a muitos meses, anima mesmo os meus dias - até os piores dias. Fecho os olhos e vejo-me lá, onde tudo é novo para mim.
Já abdiquei de muitas coisas para poder viajar, e já estive em vários pontos da Europa, das Américas, da Ásia e de África, mas, mesmo assim, se tivesse pins a marcar os pontos do mundo que visitei, ficaria abaixo das três dezenas. Ainda tenho, verdadeiramente, um mundo à espera de ser explorado.
O Cáceres tinha um mapa cheio de pins, afixado na parede do seu gabinete de director da Visão. Era raro o país que não estava marcado... Um dia ganhei coragem para perguntar porque não eram todos da mesma cor: os vermelhos teriam um significado diferente dos brancos? Sim, os brancos assinalavam os locais onde ainda queria ir. Ele sabia, como poucos, que o sonho já é parte da viagem.
Recordei tudo isto lendo as sugestões do suplemento Ocho Léguas, do jornal El Mundo, num especial que me deixou a olhar para o meu mapa-mundo: afinal, destes 100 lugares para ver antes de morrer, quantos já conheci? Confesso: só um... Varanasi.
A minha lista talvez fosse diferente, pensei em seguida. Vou fazê-la, anuncio-vos desde já. E arranjarei depois muitos pins brancos, para marcar os destinos que me fazem sonhar.

1 comentário:

patrícia disse...

e também posso ir?