sábado, 3 de março de 2012

Leitura da semana


O New York Times publica hoje um artigo do fotógrafo Tyler Hicks, que entrou clandestinamente na Síria, no início de Fevereiro, com o jornalista de guerra Anthony Shadid. Durante uma semana viveram debaixo de fogo, procurando saber como resiste o exército de libertação da Síria.
No dia em que decidiram abandonar o país, e a apenas 45 minutos da fronteira, Shadid teve um violento ataque de asma alérgica, provocado pelo contacto com os cavalos dos traficantes que os guiavam pelos trilhos «seguros» do país. Apesar dos esforços de Tyler Hicks, que fez manobras de reanimação ao amigo durante meia-hora, a vida de Shadid terminava ali, aos 43 anos, nas montanhas da Síria. A sua mulher e o filho de dois anos estavam à sua espera, na Turquia.
Shadid sobreviveu à guerra do Iraque (cuja cobertura lhe valeu dois Pulitzers, em 2004 e 2010), a um ferimento de bala na Palestina, a um rapto na Líbia. Morreu traído por um inimigo aparentemente menor, que não deveria ter menosprezado, sem conseguir escrever a reportagem desses dias. Os seus blocos ficaram cheios de notas indecifráveis - pelo menos à luz de outros olhos que não os seus.
Em sua honra, Hicks decidiu fazer algo que nunca antes tentara: escrever. Este é o seu impressionante testemunho.

Bearing Witness in Syria: A War Reporter’s Last Days


It was damp and cold as Anthony Shadid and I crossed in darkness over the barbed-wire fence that separated Turkey from Syria last month. We were also crossing from peace into war, into the bloodiest conflict of the Arab Spring, exploding just up the rocky and sparsely wooded mountain we had to climb once inside.
The smugglers waiting for us had horses, though we learned they were not for us. They were to carry ammunition and supplies to the Free Syrian Army.

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