sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sistema D


Um vendedor de carpetes paquistanês e a sua «loja», numa rua de Quetta.
Foto: Banaras Khan/AFP/Getty Images

Em todo o mundo, 1, 8 mil milhões de pessoas trabalham sem ter contabilidade organizada, passar recibos ou pagar impostos. Recebem apenas em dinheiro vivo os bens que vendem, a maioria das vezes na rua, em feiras ou grandes bazares. Há negociantes destes em todos os países do mundo mas foi nas ex-colónias francesas que se baptizaram como débrouillards - gente que se desenrasca, faz pela vida, fugindo às teias burocráticas do mundo moderno e democrático.
Como escreve Robert Neuwirth, em The Shadow Superpower, na Foreign Affairs, este Sistema D (diminutivo para débrouillards) está em crescimento acelerado, aproveitando a crise e o falhanço da regulação do comércio mundial. O seu valor rondará os 10 trilhões de dólares - ou seja, como explica Neuwirth, se o Sistema D fosse uma nação independente, uma espécie de nova USSR (United Street Sellers Republic...), seria a segunda maior economia do mundo. E o ritmo de crescimento não irá abrandar. A OCDE prevê que, já em 2020, dois terços dos trabalhadores farão parte do Sistema D... Dá que pensar.

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