Ora bem. como dizer? É isso: a Monocle sobre a Lusofonia, de que aqui falámos na semana passada, está a ser uma desilusão. Que pena... a começar por este texto de apresentação, assinado por Steve Bloomfield, editor internacional da revista britânica. Diz ele que os portugueses, querendo aproximar-se dos seus irmãos do outro lado do Atlântico, até passaram a escrever a palavra FACTO de outra forma. Agora escreveríamos como os brasileiros: FATO. Pois, não é verdade. Lamentamos. E um bocadinho de FACT CHECKING, ó Monocle?
3 comentários:
Aiaiai, mesmo...! Se nem os profissionais de um jornal como este estão bem informados, onde é que isto vai parar?! Ou já parou...
Eu também digo aiaiai, mas por termos aderido ao acordo. De facto é um fato que com o novo acordo ortográfico faCto é uma das palavras que passam a ser escritas sem "C" (mesmo que na realidade seja um dos muitos casos de dupla grafia, portanto com a dupla possibilidade de escrever com ou sem). Não vejo um grande erro no que a Monocle escreveu. Digámos que os portugueses enquanto povo, não quiseram isso, nem sequer tiveram a oportunidade de expressar-se quanto a isso, já que a adesão ao acordo foi aprovada diretamente no parlamento. Mas talvez alguém lá encima decidiu que, comercialmente e como propaganda, convinha ficar a falar como os irmãos brasileiros ou africanos, para poder dizer que português é uma língua falada por 200 milhões de pessoas no mundo e não só por 10, passando a ser considerados uma língua menor, caso houvesse uma clara divisão entre português e brasileiro. Se assim não fosse, teriam feito um referendo para o povo decidir se aderir ou não a um acordo de que ninguém gosta. Mas eles bem sabiam que se assim tivessem feito, nunca teriam conseguido aderir. Isso é o que eu acho. Mas eu não sou ninguém.
Caro Moreno, em Portugal não temos dupla grafia desta palavra, não podemos decidir como escrever facto, com c ou sem c. À luz do acordo, nós escrevemos FACTO. Ponto Final. Pode tirar as suas dúvidas aqui: http://www.ciberduvidas.com/correio.php?rid=27646
Sobre o acordo, eu também acho que o processo foi todo muito mal conduzido e que o mais bonito da língua portuguesa é exactamente a sua diversidade - tentar "normalizá-la" foi um erro colossal, como agora se usa dizer...
Cumprimentos!
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