Poucos parecem importar-se. Mas a Faixa de Gaza continua a agonizar. Uns dias são piores do que outros, consoante os humores de Israel. Já não bastava o desemprego, a falta de alimentos, a escassez de medicamentos. Agora também lhes cortaram a luz.
Mas, mesmo às cegas, aquele povo veio para a rua, de vela na mão, gritando a plenos pulmões contra a injustiça que rege as suas vidas. A culpa da sua desgraça, dizem, não é do Hamas. Nunca simpatizarei com o movimento extremista mas a verdade é que o mundo ocidental, aquele que se diz democrático, acaba por dar-lhe força sempre que ignora (e permite) estes abusos de Israel. Já dizia o profeta, o mais cego é aquele que não quer ver.
P.S. Escolho, em jeito de homenagem, recordar hoje o trabalho de Alexandra Boulat, fotojornalista francesa que documentava, desde o início dos anos 90, o dia-a-dia dos palestinianos. Morreu a 5 de Outubro, na sequência de um aneurisma. Tinha 45 anos. A marca apaixonada do seu trabalho ficará na memória de todos quantos viram as suas imagens, simultaneamente belas e incómodas. Um ensaio fotográfico sobre Gaza (comentado pela própria para a revista Time), pode ser visto aqui
Sem comentários:
Enviar um comentário