sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Guantanamo: nós e os outros


Apesar do relatório da organização britânica Reprieve ter feito manchetes por cá, não teve grande divulgação nos media internacionais... Excepção para o El Pais, que ocupa na edição de hoje duas páginas com o tema. Neste artigo assume-se como facto indesmentível o envolvimento de Portugal na logística de transporte de prisioneiros para Guantanamo, em voos da CIA.


Nos jornais do resto do mundo, quando se fala de Guantanamo fala-se, sobretudo, de David Hicks. Curiosamente, por cá os jornalistas ainda não pegaram no assunto.
Este australiano juntou-se, em 1999, ao Exército de Libertação do Kosovo, onde se converteu ao Islão. Foi detido no Afeganistão, em 2001, e daí transferido para Guantanamo. Esteve preso durante seis anos naquele campo de detenção e foi o primeiro dos 10 detidos a ser julgado pelas Comissões Militares criadas por ordem do Presidente Bush. A 26 de Março de 2007 considerou-se culpado de “fornecer apoio material para terrorismo”, arriscando a condenação a prisão perpétua, porque sabia que, à luz dos acordos entre a Austrália e os EUA, teria de ser deportado para o seu país e, eventualmente, cumprir aí a sua pena.
Agora saiu da prisão e está prestes a ver-se livre do único acordo que fez com a justiça norte-americana: não falar sobre Guantanamo durante um ano. As ofertas dos meios de comunicação, que querem publicar a sua história em primeira mão, já começaram. O pai de Hicks disse hoje à Reuters que tem mais de 30 ofertas, de jornais e televisões australianas, inglesas e norte-americanas. Quem vencerá? Provavelmente, quem der mais. E parece que «alguém» já ofereceu um milhão de dólares...



Sem comentários: