quarta-feira, 7 de maio de 2008

22 500 mortos, 41 mil desaparecidos

O ciclone Nargis riscou do mapa, com a fúria dos seus ventos superiores a 240 km/hora, grande parte de Myanmar (Birmânia). A destruição, aliada ao facto do país viver subjugado por uma ditadura militar, dificulta o acesso de jornalistas internacionais e isso nota-se. Apesar dos maiores títulos mundiais publicarem notícias assinadas a partir da capital birmanesa, uma rápida pesquisa demonstra que todos repetem, com ligeiras diferenças, os relatos das agências internacionais. As imagens da destruição são igualmente pobres. Já há quem pergunte, com toda a razão, como é possível não ter sido publicada nenhuma imagem de vítimas quando já se assumem oficialmente mais de 22 500 mortos?
Num país onde a presença intimidante do exército é desde há muitos anos uma constante, um jornalista do diário espanhol El Mundo pergunta, no blogue Crónicas da Ásia: «Onde estão agora os soldados?». Ao que parece estão todos na nova capital administrativa do país, Naypyidaw, um dos raros locais poupados pelo ciclone. Um jornalista birmanês entrevistado pela revista Time conta que a população está muito revoltada: pelo facto dos militares não terem avisado a população da aproximação do ciclone, negando-lhes a hipótese de procurar protecção, mas, sobretudo, pelo Nargis não ter destruído Naypyidaw, «o ninho dos generais»...

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