sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

And the winner is...

Foram hoje anunciados os vencedores do World Press Photo. O grande prémio foi atribuído ao fotógrafo italiano Pietro Masturzo, pelo seu trabalho em Teerão, durante as manifestações contra o regime iraniano. A foto vencedora «mostra o começo de algo, o início de uma grande história», justificou o presidente do júri.
É uma imagem com uma grande carga simbólica mas não seria a minha escolha. Os trabalhos de Walter Astrada, em Madagáscar (que venceu o Prémio Bayeux), de Marco Vernaschi, na Guiné Bissau, ou de Eugene Richards, com o seu fabuloso projecto War is Personal, contam histórias muito mais poderosas - e com pouca visibilidade na imprensa mundial.
Mais uma vez, não houve portugueses entres os vencedores. Outra grande injustiça: o trabalho de João Pina, sobre a violência nas favelas do Rio de Janeiro, publicado na New Yorker, no New York Times, no El País e na Stern (só para referir alguns...), merecia estar nesta galeria dos melhores entre os melhores.

Foto do Ano - Grande Prémio World Press Photo 2010
Pietro Masturzo, Itália, freelancer
Mulheres gritam nos telhados, durante as manifestações contra o regime de Ahmadinejad, no Irão

Primeiro Prémio - Spot News
Adam Fergusson, Austrália, VII para o New York Times
Uma mulher afegã é ajudada a fugir do local de um atentado, em Cabul

Primeiro Prémio - General News
Kent Klich, Suécia, freelancer
Uma casa em Tuzzah, na Faixa de Gaza

Primeiro Prémio - Spot News Stories
Waster Astrada, Argentina, France Press
Massacre em Madagáscar

Primeiro Prémio - General News Stories
Marco Vernachi, Itália, para o Pulitzer Center
Soldados da Guiné Bissau

Primeiro Prémio - Contemporary Issues Stories
Eugene Richards, EUA, Getty para o Sunday Times e Paris Match
War is Personal

Segundo Prémio - People in the News
David Guttenfelder, EUA, Associated Press
Soldados norte-americanos respondem a fogo taliban, no Afeganistão

1 comentário:

PAULO ALEXANDRINO disse...

De facto para o Pina, foi uma pena, uma grande oportunidade perdida. Aquele trabalho do Rio é claramente melhor (até porque mais puro) do que vários dos que aqui se vêm. Mas aquilo
tem uma enorme dose de alietoriedade como tu bem sabes. Ver 100 000 fotos numa semana? Não dá. Chega a uma fase que é "siga!" Por isso é que é "concurso" e não "competição"...