A National Geographic publica, este mês, uma reportagem invulgar. Só agora tive tempo para me demorar na leitura da viagem impressionante dos seus repórteres pelo Sahel, uma das zonas mais inóspitas do globo, por todas as razões imagináveis: a geografia, o clima, a falta de alimentos, a guerra.
Sahel deriva da palavra árabe «fronteira» e é, de facto, uma zona de divisão que se estende por mais de cinco mil quilómetros, ao longo do norte de África, atravessando o Senegal, a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso, o Níger, a Nigéria, o Chade, o Sudão, a Etiópia, a Eritreia, o Djibouti e a Somália, marcando a transição entre a África negra e a África muçulmana, entre o deserto do Sahara e as florestas e as térreis mais férteis, a Sul (ver vídeo).
O jornalista Paul Salopek e o fotógrafo Pascal Maitre viveram nesta região durante 34 dias. Juntaram-se às tribos nómadas do deserto, pernoitaram em campos de refugiados, navegaram em barcos decrépitos pelo rio Niger, para desaguar na mítica Timbuktu.
Foram raptados por uma das muitas milícias que espalham o terror no Darfur e estiveram presos durante 13 dias, acusados de espionagem. Sobreviveram para contar-nos esta história, de uma fronteira quase desconhecida e inexplorada, num mundo tão duro quanto belo. Bem hajam.
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