A Guiné Bissau tem um ministro da Função Pública. Só soube disto há dois dias, lendo uma notícia da agência Lusa, reproduzida em vários jornais africanos. (Nota talvez necessária: o-meu-mais-que-tudo é o editor da secção Lusofonia e ouço, todas as noites, as histórias mais inacreditáveis e extraordinárias do chamado «mundo lusófono» que, nunca perceberei porquê, é quase ignorado pelos jornais portugueses...).
Ora bem, o tal ministro, o senhor Fernando Gomes, decidiu fazer um «balanço biométrico», com o apoio da União Europeia, para saber ao certo quantas pessoas trabalhavam para o Estado guineense. E descobriu cerca de três mil «funcionários» que recebiam ordenado mas que, na verdade, não faziam nada de nada. Havia, inclusive, situações de pessoas que recebiam pensões vitalícias e «transmitiram» esse direito aos filhos, após a sua morte - como se de um título de nobreza se tratasse!
Um problema que, promete o ministro, vai ser cortado pela raíz. «Tinhamos a consciência de que a Administração Pública estava mal, mas nunca imaginámos a profundeza de tal maldade», disse, com a força única das palavras africanas. E que falta sinto destas palavras nas nossas secções de Internacional...
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