terça-feira, 11 de março de 2008

In memoriam


Mais um ano passou desde aquela manhã, 11 de Março.

Hoje, à porta de Atocha, cumpriu-se mais um minuto de silêncio, em memória das 192 pessoas que morreram há quatro anos. Os reis e a classe política juntaram-se para uma cerimónia rápida, de dez minutos. Escutou-se a peça musical Da pacem domine, criada pelo compositor estónio Arvo Part, e depositaram-se flores junto ao monumento que hoje se ergue em frente à estação de comboios madrilena.

É um monumento inquietante, onde estão escritos todos os nomes das vítimas de Atocha. A sua complexa estrutura permite que as palavras sejam iluminadas de forma diferente, ao longo do ano. E que cada uma delas tenha a luz a incidir sobre si, em destaque, em determinado momento. Esteticamente bela, é também uma homenagem simbolicamente triste. Porque cada raio de luz começa por deslizar pelo interior da esfera transparente, deslumbrando o olhar e os sentidos, para depois se perder num buraco negro, recordando-nos as vidas que o terrorismo engoliu.

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