
AVISO: A
New Internationalist é uma revista assumidamente alinhada à esquerda. E, nas suas páginas, há apenas lugar para o jornalismo de causas. Fundada em 1973, era inicialmente financiada pelas organizações Oxfam e Christian Aid, que pretendiam sensibilizar a opinião pública britânica para as questões da pobreza, do desenvolvimento do terceiro mundo e, claro, apelar à solidariedade. A
NI hoje já não é patrocinada - a não ser pelos seus (fiéis) leitores. E é a revista que acaba por financiar muitas campanhas destas e de outras ONG's através da comercialização de produtos como t-shirts, calendários ou kits para manifestações pacifistas...
A NI, apesar dos seus 35 anos, mantém-se rebelde. Não tem pudor em fazer um anúncio como este:
'I never read the New Internationalist»
- former Lehman Brothers Banker
DON'T BE A BANKER. GET REAL.
Apesar deste «compromisso editorial», o seu jornalismo é tão (ou mais) independente que o de outras publicações britânicas. Em 2008 a New Internationalist recebeu o UTNE Independent Media Award para «Melhor Cobertura de Temas Internacionais», pela oitava vez.
Este mês, antecipando as grandes questões que (espera-se) estarão em discussão na
Cimeira sobre o Clima das Nações Unidas, que se realizará em Dezembro, em Copenhaga, e que deverá conduzir à assinatura de um novo acordo internacional, pós-Quioto, sobre a redução dos gases com efeito de estufa, a NI publica um
texto excepcional de Danny Chivers. Uma versão mais longa está também disponível do blog do autor,
A Daisy Through Concrete.
Foi a capa da revista, inspirada na célebre fotografia da batalha de Iwo Jima, que começou por captar a minha atenção. Depois, o texto conquistou-me... logo às primeiras linhas. Acreditem, será difícil encontrar artigo mais esclarecedor sobre os desafios actuais do nosso planeta. E, confesso, tão depressa não esquecerei a imagem destes coelhinhos...
«Imagine 10 rabbits lost at sea, in a boat carved out of a giant carrot. The carrot is their only source of food, so they all keep nibbling at it. The boat is shrinking rapidly – but none of them wants to be the first to stop, because then they’ll be the first to starve. There’s no point in any of them stopping unless everyone stops – if even one rabbit carries on eating, the boat will sink. This is the international climate crisis in a (Beatrix Potter-flavoured) nutshell: action by individual nations achieves little unless we all act together.»